Esta manhã empenhado em tarefas
domésticas ouvi na Antena Um (a minha rádio para o bem e para o mal) o Dr. Rui Ramos,
historiador e professor universitário, que numa reflexão de passagem de ano
disse mais ou menos que “o presente foi determinado pelo passado e o futuro só
pode ser projectado a partir do presente”. A reflexão é pobre para comentador
de serviço que deve ser remunerado para o efeito. Desta vez não lhe saiu
arremedo reacionário como noutras alturas. Ficou tão só a banalidade.
Melhor me dispôs um escrito de
outro historiador, Diogo Ramada Curto, hoje, no Público, que de forma muito fundamentada lhe permitiu afirmar que “As declarações de Lula da Silva
sobre o atraso no ensino brasileiro e a ligação deste com o legado colonial
português fizeram tocar tambores nacionalistas deste lado do Atlântico, mas
Lula não andou longe da razão histórica” e ainda que “Só acabando com a
manipulação dos factos do passado se poderão encontrar bases mais seguras para
o estabelecimento de relações entre portugueses e brasileiros”. Recomendo
vivamente.
Na RTP a repetição de notícias de um dia para o outro ultrapassa os limites. Dizia o pivot do telejornal das 13 h de hoje que "Foi encerrado nas últimas horas o maior negócio entre um clube de futebol e uma operadora de telecomunicações (F.C. Porto e Meo)".
Fi bem, no Expresso digital,
Nicolau Santos ao afirmar que “não
há peru, rabanadas e lampreias de ovos que me façam passar o engulho da fatura
que neste final do ano veio parar outra vez aos bolsos dos contribuintes por
mais um banco que entrega a alma ao criador, no caso o Banif, no caso mais 3
mil milhões. É de mais, é inaceitável, é uma ignomínia para todos os que estão
desempregados ou caíram no limiar da pobreza por causa desta crise e mais uma
violência brutal para os que continuam a pagar impostos (e que são apenas cerca
de 50% de todos os contribuintes) ”. Importaria ter desenvolvido a forma da
decisão do governo, com a qual não concordo, ser outra e que interesses iria
beliscar.
O papelda China na economia mundial foi desenvolvida no
project-syndicate.org por dois economistas norte-americanos, e traduzida para a
edição de hoje do Negócios. A China,
como referem vários outros economistas, tem cumprido bem ou razoavelmente com
os quatro
"arquétipos" da inovação: 1. foco no consumidor; 2.orientação para a
eficiência;3. com base na engenharia; 4.com base na ciência.
E Martin Neil Baily e Jonathan
Woetzel afirmam que “O abrandamento
económico da China dominou as notícias económicas no mundo este ano – e por um
bom motivo. Além de ser a segunda maior economia do mundo, a China é o maior
produtor de matérias-primas; por isso, qualquer sinal de enfraquecimento aí são
más notícias para a economia mundial. Mas, enquanto os receios em torno do
crescimento merecem atenção, devem ser vistos no contexto da trajectória
económica de longo prazo da China, em especial na sua emergência como centro
mundial de inovação”.