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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A direita pretende fazer regressar o neo-liberalismo à Argentina

O regresso da direita, apoiada pelos grandes capitalistas, à Casa Rosada de Buenos Aires, na pessoa do empresário Mauricio Macri, pode fazer regressar o neo-liberalismo ao país.
É sintomático que o governo já tenha decidido que o preço da eletricidade e do gás aumentarão a partir de janeiro na Argentina,  sendo retirados subsídios, enquanto avalia a implantação da emergência energética, depois de uma série de interrupções no fornecimento da energia eléctrica.
E que, por outro lado, tenha reaberto negociações com os "fundos abutres", que reivindicam milhares de milhões de dólares de dívidas que o governo anterior se recusou a pagar mesmo quando parte delas foram reconhecidas num tribunal norte-americano (!).
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Depois de no passado dia 9 a direita ter ganho as eleições, importa importante relembrar aqueles tempos que terminaram em maio de 2003 com a chegada à presidência do até então governador da província de Santa Cruz, Néstor Kirchner."Venho propor-lhes um sonho. Reconstruir nossa própria identidade como povo e como Nação... a construção da verdade e da justiça", disse "o homem que veio do sul" ao inaugurar seu mandato e assim o cumpriu.
"Fiz parte de uma geração dizimada, castigada com dolorosas ausências. Aderi a lutas políticas acreditando em valores e convicções  que não penso deixar na porta principal da Casa Rosada", afirmou na sua tomada de posse, em declaração dirigida ao país. contando com a presença de presidentes estrangeiros, entre os quais Fidel Castro (Cuba), Hugo Chávez (Venezuela) e  Lula da Silva (Brasil), que assistiram ao histórico acontecimento.
O fim da impunidade dos ditadores militares e da justiça para com as suas vítimas, a ruptura com o Fundo Monetário Internacional, o confronto com os poderosos círculos económicos e financeiros e o resgate de recursos nacionais de todo tipo ocuparam o centro das ações empreendidas pelas novas autoridades. Isso lhe valeu o ódio dos mais poderosos.

Mais tarde a sua mulher Cristina Kirchner viria a suceder-lhe, continuando os seus projectos com uma atitude aguerrida, internamente e em diversas instâncias internacionais
Quando o povo se despediu dela na noite de dia 9 com a Praça de Maio cheia com 700 mil pessoas, foram relembrados os 12 anos de um projeto popular nacional que levou o país a níveis superiores, apesar da não aceitação dessa situação pelos adversários.
Hoje a Argentina tem maior prestígio internacional, possui uma indústria mais sólida, direitos civis e humanos consolidados, substanciais avanços em múltiplas frentes, exemplares programas de saúde como o de vacinação nacional e avanços tecnológicos em campos como o nuclear e o espacial.
Nessa circunstância Cristina referiu que "Para industrializar um país é necessário o investimento social e o apoio da classe operária trabalhadora", quando se referia a uma das atitudes do seu Governo para consolidar a economia do país.