Desde que a contagem descendente
começou, Cavaco Silva não se conforma em estar calado.
E fala como presidente honorário
da coligação que perdeu as eleições e que ainda vive no ressabiamento do
resultado
Diz que se deve ter cuidado com o
que se diz a propósito do Banif para não se criarem inseguranças que afectem o
sistema bancário, mas no mesmo discurso inventa um suposto risco de falta de
poio ao sector exportador que poderia afastar o investimento e os empréstimos
externos…Em tempos (lembram-se?) foi tão cauteloso quanto ao BES quando deu
garantias aos depositantes? Para ter cuidado, não devia ter dito outra coisa?
Estes cuidados estará S. Exa a recomendá-los também a Passos Coelho por ter ido
meter medo a Bruxelas quanto aos entendimentos à esquerda que estiveram na base
do actual governo?
Defende que o apoio à exportação
seja feito às empresas com capacidade de gerar mais-valias e alto valor
acrescentado com bom nível de inovação. E às outras exportadoras não? E as tais
boas, com que receitas comparticipam na redução da dívida, depois da importação
de componentes necessárias à sua actividade?
Diz Cavaco que a poupança interna,
escassa, já não gera capacidade de investimento e que se tem de recorrer ao
crédito e à exportação. Então não acha que a melhoria das condições de vida
podem gerar alguma poupança e crescimento da produção para consumo e serviços e
elevação do PIB para reduzir o denominador do déficite?
É inevitável que a economia
desapareça para que a espiral da ditadura do déficite dos programas de resgates
nos leve ao fundo?