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domingo, 13 de dezembro de 2015

Estamos com a resistência ao golpe e as manifestações em todo o Brasil dia 16


A tentativa de impedimento (impeachement) do exercício de funções da Presidenta Dilma Roussef é o elemento principal do golpe de estado que se prepara.
Na Câmara dos Deputados, o presidente Eduardo Cunha, é a cabeça mais visível do golpe, atropelando o regimento para criar as condições para o impeachement. Transformou a Câmara em instrumento do golpe com confrontação permanente com a Presidenta. Num acto político que a Justiça tem rejeitado.
Cunha exprime a reviravolta dos “tucanos” do PSDB, cujo chefe honorário, Fernando Henriques Cardoso, andou aqui em Lisboa a falar do futuro dos povos e talvez mais alguma coisa.

Segundo os comunistas brasileiros, que integram o governo, “o quadro que se desenha, nesta conjuntura, opõe os setores modernos e avançados da sociedade brasileira – juristas democráticos, movimentos sociais, sindicatos, partidos avançados, juventude, mulheres, negros, a população mobilizada que exige o avanço da democracia e dos direitos sociais – contra os fatores do atraso nacional representados pelos setores golpistas da classe dominante, pelos especuladores rentistas e por aqueles que rezam submissos pela cartilha do imperialismo”.

Aqui entre nós, para uma esquerda bem pensante, o governo de Dilma foi afectado pela corrupção, teve resultados fracos na economia, desencantou os trabalhadores. Logo não tomam posição solidária por um dos lados nesta acesa luta de classes. Passam ao lado da chuva…Para eles será pouco importante que os grandes media no Brasil estejam na mão dos golpistas. Que o grande capital organize a sabotagem económica. Que o Brasil tenha sido seriamente afectado pela queda do preço do barril do petróleo em cerca de 50% imposto pelos EUA e a OPEP (Arábia Saudita).
Mas no Brasil, os golpistas têm pela frente  entidades de grande expressão, reunidas na Frente Brasil Popular – entre elas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a União Nacional dos Estudantes, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Marcha Mundial das Mulheres, e muitas outras que falam ao sentimento e à acção do povo. Que constituem a oposição e confronto com a direita neoliberal que sonha em rasgar a constituição e tomar de assalto a presidência da República. A resistência democrática ocorre simultaneamente nas esferas institucional e nas ruas. Os seus pilares estão no Congresso Nacional e nos poderes judicial e executivo(o sistema é presidencialista e Dilma é simultâneamente quem dirige  o governo), destacando-se a ação do governador do Maranhão, o comunista Flávio Dino, e a própria presidenta Dilma Rousseff, que tem papel central no enfrentar do golpe e na defesa da legalidade. E no povo organizado que se manifesta em defesa da legalidade e contra o impeachement.

A direita foi derrotada em todas as eleições presidenciais desde 2002, e está com dificuldades em impôr os seus objectivos. Por isso procura o golpe, evitando o risco de disputas eleitorais para  retomar o governo e imponha o que foi construído desde  2003. E os brasileiros estão confrontados com a necessidade de reunir forças em torno de um consenso que  permita a normalidade política e institucional, mas também o combate à crise económica com a retoma do crescimento.