Em Maio de 1965, o secretário-geral do PCI, Aidit, num aniversário do PCI, perante mais de 100 mil pessoas, ao lado do presidente Sukarno |
Só agora, a propósito deste
aniversário, começa a haver espaço para discutir na Indonésia o pesadelo de
então mas tiveram que passar cinquenta anos sobre o banho de sangue realizado
pelo exército indonésio, conduzido pelo nosso bem conhecido geral Suharto
visando o extermínio da quase totalidade dos membros do Partido Comunista
Indonésio (PKI), partido com resultados eleitorais muito elevados e com um
número e militantes na ordem dos milhões, aliado do Presidente Sukarno.
A pretexto de um suposto golpe contra
as chefias de um pretenso movimento “G30S”, estima-se que entre 500 mil a um
milhão, ou mesmo mais pessoas tenham sido assassinadas.
A maior parte das fotos foi confiscada pelos serviços secretos indonésios e norte-americanos |
Outras 750 mil a um milhão e meio foram presas, muitas das quais torturadas. Milhares morreram na prisão. Apenas cerca de 800 pessoas foram levadas perante tribunais militares que, sumariamente, os condenou à morte...e os tratou de executar. Os Estados Unidos, e em menor parte a Austrália, estiveram envolvidos em quase todo o processo deste extermínio: compilando listas de pessoas a serem mortas; entregando equipamentos militares, especificamente destinados aos autores do derramamento de sangue; oferecendo ajuda organizativa e logística; enviando agentes secretos para ajudar na "limpeza"; e fornecendo apoio político aos assassinos, particularmente da comunicação social norte-americana.
Suharto e os golpistas responsáveis não passaram pelas prisões e Suharto , depois destes massacres e dos de Timor-Leste, morreu naturalmente na cama décadas depois dos acontecimentos.
Durante décadas, os EUA apoiaram Suharto e opuseram-se à sua condenação internacional.
A Monthly Review publica este mês uma entrevista com um dos presos sobreviventes cuja leitura sugerimos
Em 1975, o presidente Gerald Ford e o secretário de estado Henry Kissinger, recebidos por Suharto, aterram em Jacarta para estarem presentes no 10º aniversário do massacre |
Sobreviventes no julgamento simbólico de Haia em Novembro deste ano |