Nascida a 17 de Janeiro de 1927 em Lisboa, foi professora de inglês,
tradutora, jornalista e escritora, filha de Mercedes e Avelino Cunhal, e irmã
de Álvaro Cunhal, desde sempre conviveu com a luta antifascista e com os ideais
da liberdade e da democracia, cedo conheceu a realidade da repressão fascista,
com apenas dez anos visita o seu irmão Álvaro Cunhal na prisão.
Maria Eugénia
Cunhal foi presa pela PIDE com 18 anos, e foi várias vezes detida para
interrogatórios, quando o seu irmão Álvaro Cunhal se encontrava na
clandestinidade.
Quando
questionada sobre quando abraçou o ideal comunista, respondeu “É difícil dizer.
Porque, no fundo, acho que sempre fui comunista, desde que tenho cabeça para
pensar. Mas muito cedo, a minha opção foi tomada muito cedo, sem dúvida
nenhuma.”Maria Eugénia Cunhal é autora das obras O Silêncio do Vidro (1962), a História de Um Condenado à Morte (1983), As Mãos e o Gesto (2000), Relva Verde Para Cláudio (2003) e Escrita de Esferográfica (2008).
Publicou entre 1947 e 1951, na revista Vértice, vários poemas com o pseudónimo de «Maria André».Fez a primeira tradução portuguesa dos contos de Tchekov, Os Tzibukine (1963).
Actualmente estava organizada no Sector Intelectual-Artes e Letras da Organização Regional de Lisboa do PCP.
Modesta, discreta, dedicada, fraterna, Maria Eugénia Cunhal deixa-nos o seu exemplo de verticalidade e firmeza de carácter, o amor aos outros, o interesse pelo ser humano, contra a exploração, contra a desigualdade.
O Secretariado do Comité Central, que tornou pública esta informação, endereçou também aos seus filhos, netos e restante família, as suas sentidas condolências.
O corpo estará em câmara ardente na Sociedade de Instrução e Beneficência «A Voz do Operário» em Lisboa, a partir das 11 horas de sexta-feira, dia 11 de Dezembro.
O Funeral sairá às 11.00 horas de sábado, dia 12 de Dezembro, para o cemitério do Alto de São João e a cremação será as 12.00 horas.