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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Khadafi foi assim tão cruel para com o seu povo?, citação da revista suiça Schweizmagazin
Hoje a Líbia está em parte destruída e é dominada por grupos de bandidos, traficantes de petróleo e de seres humanos, com condições de vida muito inferiores às da primeira década deste século.
Segue-se uma lista das "atrocidades" que os líbios sofreram durante 4 décadas,
segundo artigo desta revista em 2011.
1. Não havia factura de electricidade na Líbia. A eletricidade era grátis para todos os cidadãos.
2. Não havia juros sobre empréstimos bancários. Por força da lei, os bancos do estado garantiam a todos os cidadãos empréstimos sem juros.
3. Ter uma casa própria era considerado um direito humano na Líbia.
4. Todos os recém-casados na Líbia recebiam 50.000 dólares. Este dinheiro devia permitir que as pessoas comprassem o seu primeiro apartamento. O governo queria, assim, contribuir para o início de uma nova família.
5. A Educação e Saúde eram gratuitas na Líbia. Antes de Khadafi chegar ao poder apenas 25 por cento dos líbios sabia lêr. Na actualidade, o número era de 83 por cento.
6. Os líbios que quizessem fazer carreira profissional na agricultura, recebiam terras aráveis, uma casa, equipamentos, sementes e gado grátis para um início rápido das suas fazendas e tudo o que a elas respeitava.
7. Se os líbios não encontrassem a formação ou tratamento médico de que necessitavam, tinham a oportunidade de os encontrar no estrangeiro com a ajuda de fundos do Estado. Este garantia 2.300 dólares por mês para alojamento e carro.
8. Se um líbio comprasse um carro, o governo subsidiava 50 por cento das despesas.
9. O preço da gasolina na Líbia era 12 centavos de dólar, (cerca de 0,10 euros) por litro.
10. Se após a graduação uma pessoa não encontrasse trabalho, o estado pagava o salário médio da profissão em que tinha procurado trabalho até ter encontrado um emprego tecnicamente adequado ..
11. A Líbia não tinha dívida externa e as reservas que totalizavm $ 150.000.000.000 de dólares foram divididos pelas potências ocupantes.
12. Uma parte de toda a venda de petróleo da Líbia era creditada diretamente na conta de cada cidadão da Líbia.
13. As mães que davam à luz uma criança recebiam 5.000 dólares.
14. 25 por cento dos líbios tinham um diploma universitário.
15. Khadafi lançou o "Grande Rio Artificial" (GMMRP ou GMMR) na Líbia. Este foi o maior projeto de canalizar a água potável para um melhor abastecimento de água da população e da agricultura.
Graças a Deus que a NATO e os "rebeldes" livraram os líbios de tudo isto!
1. Não havia factura de electricidade na Líbia. A eletricidade era grátis para todos os cidadãos.
2. Não havia juros sobre empréstimos bancários. Por força da lei, os bancos do estado garantiam a todos os cidadãos empréstimos sem juros.
3. Ter uma casa própria era considerado um direito humano na Líbia.
4. Todos os recém-casados na Líbia recebiam 50.000 dólares. Este dinheiro devia permitir que as pessoas comprassem o seu primeiro apartamento. O governo queria, assim, contribuir para o início de uma nova família.
5. A Educação e Saúde eram gratuitas na Líbia. Antes de Khadafi chegar ao poder apenas 25 por cento dos líbios sabia lêr. Na actualidade, o número era de 83 por cento.
6. Os líbios que quizessem fazer carreira profissional na agricultura, recebiam terras aráveis, uma casa, equipamentos, sementes e gado grátis para um início rápido das suas fazendas e tudo o que a elas respeitava.
7. Se os líbios não encontrassem a formação ou tratamento médico de que necessitavam, tinham a oportunidade de os encontrar no estrangeiro com a ajuda de fundos do Estado. Este garantia 2.300 dólares por mês para alojamento e carro.
8. Se um líbio comprasse um carro, o governo subsidiava 50 por cento das despesas.
9. O preço da gasolina na Líbia era 12 centavos de dólar, (cerca de 0,10 euros) por litro.
10. Se após a graduação uma pessoa não encontrasse trabalho, o estado pagava o salário médio da profissão em que tinha procurado trabalho até ter encontrado um emprego tecnicamente adequado ..
11. A Líbia não tinha dívida externa e as reservas que totalizavm $ 150.000.000.000 de dólares foram divididos pelas potências ocupantes.
12. Uma parte de toda a venda de petróleo da Líbia era creditada diretamente na conta de cada cidadão da Líbia.
13. As mães que davam à luz uma criança recebiam 5.000 dólares.
14. 25 por cento dos líbios tinham um diploma universitário.
15. Khadafi lançou o "Grande Rio Artificial" (GMMRP ou GMMR) na Líbia. Este foi o maior projeto de canalizar a água potável para um melhor abastecimento de água da população e da agricultura.
Graças a Deus que a NATO e os "rebeldes" livraram os líbios de tudo isto!
Para quem souber alemão este artigo encontra-se em
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Grande manif hoje à tarde em Londres contra a renovação dos submarinos nucleares Trident
Milhares de manifestantes, incluindo Jeremy Corbyn, dirigente do Partido Trabalhista, e líderes de outros partidos percorreram hoje as ruas de Londres, na marcha e manifestação CND Campanha Nacional para o Desarmamento), a maior manifestação anti-nuclear desde 1983, quando 300.pessoas então reunidas no Hyde Park de Londres protestaram contra a instalação de mísseis de cruzeiro em Greenham Common , em Berkshire.
Alguns dos participantes vieram de outros pontos do mundo incluindo a Austrália ou o Japão.
Outros vieram da costa oeste da Escócia, onde os submarinos de dissuasão nuclear da Grã-Bretanha estão ancorados.
Quando a coluna enorme de pessoas começaram a sair de Marble Arch após as 13h, o clima era alegre apesar do frio.
Naomi Young, 34 anos, de de Southampton perguntava: para quê gastar 100 mil milhões de libras ilhões para comprar uma arma? A menos que se queira destruir a terra... "
Muitos cartazes continham frases como como frases "Bombas não, livros sim", "Cortem nas despesas de guerra e não no estado social" ou " Trident não, Serviço Nacional de Saúde (NHS) sim".
Muitos participantes referiam a contradição do custo de renovar os submarinos nucleares Trident com a política de austeridade imposta.
Os manifestantes dirigiram-se para Trafalgar Square, onde lhes falaram os líderes do SNP, Plaid Cymru e do Partido Verde. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn fez uma forte intervenção que empolgou todos os presentes.
No palco sob aplausos, disse que ninguém se deve esquecer da "destruição em massa de ambos os lados" que se seguiriam a um ataque nuclear e reiterou seu "horror total pelo uso de armas nucleares contra qualquer pessoa".
Corbyn disse que foi eleito líder do Partido Trabalhista na base de um manifesto onde a oposição à renovação do Trident era uma componente essencial.
E disse que entrou para a Campanha para o Desarmamento Nuclear, quando tinha 16 anos, tendo também feito referência aos que questionaram se ele devia mesmo estar no protesto: "Um monte de gente disse que talvez eu não devesse estar aqui , mas eu quero estar aqui porque acredito num futuro livre de armas nucleares. "
No início desta semana, ativistas sindicais da GMB criticaram Corbyn por causa da sua posição sobre Trident, alertando que dezenas de milhares de postos de trabalho qualificados estavam dependentes de apoio parlamentar para a renovação do programa dos submarinos nucleares. Ao que ripostou, dizendo que defenderia re-investir parte do dinheiro alocado para os Trident para a manutenção de postos de trabalho nas áreas afetadas.
A actriz Vanessa Redgrave, Rou Reynolds da band rock Enter Shikari, e a comediante Francesca Martinez também se dirigiram aos manifestantes. Outros oradores foram o padre Giles Fraser e o escritor Tariq Ali.
A manifestação teve o apoio de bandas como os Young Fathers e Massive Attack. A estilista Katharine Hamnett criou recentemente uima T-shirt "Stop Trident" e Geoff Barrow dos Portishead está a preparar um single para campanha.
A votação parlamentar sobre a renovação dos submarinos Trident ocorrerá daqui a uns meses.
O Euro e a grande mentira, por Jacques Sapir
publicado em 24 de fevereiro de 2016
Para se fazer um balanço da moeda única devemos voltarar às suas origens. O Euro que foi introduzido entre nós como uma terra de grandes promessas transformou essa terra numa grande mentira. O discurso a favor do Euro pretendeu ser baseado na ciência. No entanto, os argumentos científicos reais jogam contra ele. Temos de o reconhecer e admitir se queremos realizar uma avaliação objectiva. Mas também temos de entender por que é que a fundamentação científica nunca foi realmente levada a sério pelos apoiantes do euro que sempre o utilizaram como uma ferramenta de propaganda e não de esclarecimento.
Ler na íntegra aqui
Ler na íntegra aqui
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Tributar mais os lucros exorbitantes da Galp e de outras petrolíferas – não sobrecarregar os consumidores com mais 360 milhões € de impostos
Em Portugal, verifica-se atualmente uma situação que não deixa de ser insólita. Órgãos de comunicação social, comentadores, jornalistas, associações patronais e condutores protestam contra o aumento do imposto de 6 cêntimos/litro sobre os combustíveis, mas já ninguém protesta contra os preços e lucros exorbitantes da GALP e das outras petrolíferas. As duas entidades reguladoras que existem neste setor (Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis e Autoridade da Concorrência) , que supostamente deviam supervisionar o setor, mas que ninguém sabe por que razão existem e para que servem, e o governo permitem que a GALP e outras petrolíferas pratiquem os preços que querem, e os seus acionistas, na maioria estrangeiros ou com empresas criadas no estrangeiro como Américo Amorim, se apropriem de lucros escandalosos sem pagarem impostos pelos dividendos que recebem e transferem para outros países (...)
Os dados do Ministério da Economia confirmam que a causa principal do preço de venda ao público elevado do gasóleo em Portugal é o elevado preço sem impostos praticados pelas petrolíferas que permitem a estas obterem lucros exorbitantes, mas que ninguém protesta nem põe cobro e não, como afirmam as petrolíferas e seus defensores, os impostos. O mesmo se verifica para a gasolina 95 (...)
A GALP Energia já divulgou os lucros líquidos referentes ao 4º Trimestre de 2015, e eles atingiram 639 milhões €, ou seja, mais 71,5% do que os de 2014, que foram 373 milhões €. Isto dá bem uma ideia dos lucros escandalosos obtidos pelas petrolíferas em Portugal. Assim, no lugar de aumentar os impostos sobre os combustíveis pagos pelos consumidores que assim verão os seus rendimentos serem reduzidos em 360 milhões € como se prevê no OE-2016, o que é necessário é tributar mais os lucros exorbitantes das petrolíferas. É o que se espera que Assembleia da República com uma maioria constituída por partidos de esquerda o faça. Mas estamos aqui para ver se isso sucede.
Extractos de estudo de Eugénio Rosa, a ler na íntegra em https://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2015/7-2016-lucros-petroliferas.pdf
Frase de fim de semana, por Jorge
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Viragem à esquerda na Irlanda nas eleições de amanhã?
As eleições de amanhã na Irlanda poderão inverter as maiorias
parlamentares e levar à formação de um novo governo que o Sinn Fein, de esquerda,
iria tentar formar.
As sondagens dão um empate técnico, com vantagem para o Sinn
Fein. Os partidos que formam a actual maioria, o Fina Gaël, de
direita, e o Partido Trabalhista, coligaram-se após as eleições de 2011 por
o primeiro destes partidos ter então tido uma grande queda. Tendo sido, por isso, obrigado a
recorrer a uma coligação de “centro-direita”com os trabalhistas para se
manterem no poder.
Esta reviravolta política prenunciava-se já com o plano de resgate, promovido pelos organismos da UE e que o actual governo aceitou. O impacto muito negativo que teve sobre as camadas com menos recursos da população provocaram lutas contra a austeridade muito antes destas eleições. As recentes manifestações contra a aplicação de uma taxa de água “igual para todos”, incluída nos compromissos com Bruxelas, deixava poderia provocar esse resultado eleitoral, com uma grande subida do Sinn Fein, partido nacionalista irlandês, que no passado teve o IRA como braço militar, mas também de outros pequenos partidos que se opõem à política de austeridade como os Verdes, a Aliança Anti-Austeridade (AAA) e os sociais-democratas.
Esta reviravolta política prenunciava-se já com o plano de resgate, promovido pelos organismos da UE e que o actual governo aceitou. O impacto muito negativo que teve sobre as camadas com menos recursos da população provocaram lutas contra a austeridade muito antes destas eleições. As recentes manifestações contra a aplicação de uma taxa de água “igual para todos”, incluída nos compromissos com Bruxelas, deixava poderia provocar esse resultado eleitoral, com uma grande subida do Sinn Fein, partido nacionalista irlandês, que no passado teve o IRA como braço militar, mas também de outros pequenos partidos que se opõem à política de austeridade como os Verdes, a Aliança Anti-Austeridade (AAA) e os sociais-democratas.
A receita da austeridade levou à saída de mais de 80 mil
jovens à procura de emprego na Reino Unido, na Austrália ou nos EUA. Durante a crise perderam-se mais de 22% de postos de trabalho
e a procura interna teve uma quebra de 20%. Depois disso o desemprego jovem
manteve-se nos 20%. A crise gerou um movimento muito forte
contra o “ajustamento brutal” que criou também uma série de taxas adicionais.
Se, apesar de tudo o Fine Gaël e o Primeiro-Ministro Enda
Kenny se mantiverem no poder, a oposição à austeridade irá manter-se. O
regresso ao crescimento económico, tão valorizado pelas autoridades europeias, não
se traduziu na melhoria das condições de vida. As multinacionais têm beneficiado de um tratamento fiscal privilegiado e contribuíram
para o crescimento económico atendendo ao critério comunitário de que os seus números sejam contabilizados nesse crescimento. Mas têm reforçado as
desigualdades ao partir o país em dois em função de quem trabalha ou não para
elas. Desta forma o tal crescimento económico não tem nada a ver com as
defendidas “reformas estruturais” defendidas pelo governantes, resultando, pelo
contrário, da criação de empregos com altos salários. terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Orçamento 2016: a segunda derrota da direita
A aprovação na generalidade pela maioria da Assembleia da República do Orçamento do Estado é um sinal que terá consequências positivas para o rendimento disponível de muitos portugueses e de famílias de menores recursos e para os trabalhadores da função pública que tinham visto degradados os seus rendimentos ao longo dos anos.
O PSD decidiu retirar-se da continuação dos trabalhos, revelando um conceito da representatividade parlamentar de abandono dos debates, o que é uma desconsideração para com os portugueses que elegeram os seus deputados.
A direita foi arrasada na troca de argumentos e esclarecimentos. Comportou-se como se não tivesse cabimento discutir em S. Bento orçamentos com orientações políticas diferentes das suas. Como se devesse sempre privilegiar os que mais têm em detrimento da maioria. Confundindo, para manipular consciências, subidas de impostos como se a política fiscal não tivesse sido reorientada em benefício da maioria e taxando mais quem mais consome certo tipo de produtos ou realiza certos tipos de operações financeiras, taxando mais a banca, etc.
Passos Coelho voltou a ter muitas dificuldades em negar que tinha traído Portugal nas instâncias europeias.
Como disse Jerónimo de Sousa, ao salientar que este não era o orçamento do PCP, ele pode abrir, no entanto, novos desenvolvimentos positivos, particularmente no plano social. E tornou muito claro quais teriam sido as medidas de um orçamento oriundo dos partidos da direita e as consequências que teria para o país.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Cuba: Restabelecer as relações com os EUA, receber Obama e assumir a Revolução
Nos próximos dois meses ocorrem em Cuba, com poucos dias de intervalo, dois acontecimentos de grande alcance: a visita à ilha de Obama nos dias 21 e 22 de Março e a realização do VII Congresso do Partido Comunista de Cuba no dia 16 de Abril.
Entretanto os voos dos EUA para
Cuba e de aviões cubanos para os EUA estarão já reatados.
Segundo uma
responsável do Ministério das Relações Exteriores de Cuba “Será uma oportunidade para que o presidente Obama possa perceber a
realidade cubana e continuar a dialogar sobre as possibilidades de ampliar o
diálogo e a cooperação bilateral sobre temas de interesse mútuo para ambos os
países”. Mas referiu que para chegar à normalização dessas relações bilaterais teriam que ser solucionados assuntos chaves pendentes, incluindo o fim do bloqueio e a devolução a Cuba do território ilegalmente ocupado pela Base Naval em Guantánamo.
No que respeita aos chamados “direitos humanos”, a mesma responsável
clarificou que houve conversas sobre o assunto na base do respeito, igualdade,
reciprocidade e sem intervenção nos assuntos internos. De facto, Obama ao
anunciar a visita a Cuba referiu-se a isso. São conhecidas as
diferenças de conceções neste campo com os EUA a consideraram a liberdade numa
perspetiva unidimensional e conformando-se com a fraca participação cívica dos
cidadãos e a impossibilidade prática de, por razões financeiras e de condicionamentos
diversos, os cidadãos poderem construir alternativas ao sistema bipartidário em
que os partidos ”de poder” pouco se diferenciam nas questões essenciais. E com
Cuba tendo construído um sistema de poder popular, aberto a todos os cidadãos,
que privilegia a sua participação continuada na vida política, pese embora a
necessidade de ser relançado com novas dinâmicas como o PCC tem sublinhado nos
últimos anos. E com uma conceção de democracia com várias vertentes e grandes desempenhos
nos planos político, social e cultural, com uma vertente económica que 50 anos
de bloqueio têm procurado eliminar.
A receção
"vai ser muito calorosa, com muito entusiasmo" e pode levar a uma
certa "abertura", considerou, por seu lado, o presidente do centro de
estudos Diálogo Interamericano, Michael Shifter, que considera que Obama quer
"aproveitar ao máximo o tempo de mandato que lhe resta" para
aprofundar, até onde seja possível, esta nova relação entre os dois países.
Esta visita
poderá ser a oportunidade para a irreversibilidade deste reatar de relações.
Os responsáveis
cubanos compreendem os aspetos positivos deste facto tal como compreendem os
riscos de apoios norte-americanos a grupos que aproveitem este facto para confrontar
o processo de reformas e de abertura cubano, que já dura há vários anos.
É o que se
passa com o projecto “Génesis” que tem atraído jovens cubanos nos últimos anos
que visa a constituição de uma “Fundação Génesis para a Liberdade” que teria um
lançamento mediático à escala mundial como uma alternativa, a que não faltariam
referências de esquerda e respeito pela revolução cubana mas considerada como
arrumada no passado, com uma roupagem juvenil e com dinâmicas audiovisuais e de
redes sociais. Os responsáveis cubanos conhecem esta actividade e estão
convictos de saber lidar com ela e com projectos similares que conhecem e de
que o povo cubano não deixaria de perguntar de onde viria o dinheiro para isso.
Pela nossa parte, estamos com Cuba, com o seu povo e com a Revolução Cubana.
sábado, 20 de fevereiro de 2016
Brigada de minas e armadilhas precisa-se
No Público de ontem, Pacheco Pereira publica um interessante e discutível artigo ("Tudo está armadilhado"). Termina aconselhando ao PS, PCP e BE coordenarem mais as suas intervenções sob pena da direita daqui e dos organismos comunitários deitarem em breve abaixo este governo. Certamente os mais diretamente interessados o leram e tomaram boa nota, estejam ou não de acordo com tudo o que diz.
Registo que o país que a comunicação social fabrica é sujeito ao massacre de Passos Coelho, Cristas e outros dirigentes destes partidos mais os comentadores/ propagandistas, mais os grandes patrões a salientarem os aspetos "positivos" do anterior governo e os "negativos" do atual.
E que os dirigentes do PSD que ainda não digeriram a derrota de há cinco meses se contorcem, dizem palavrões e revelam um fundo mau, uma grande falta de educação e de ética no debate político. O desespero por terem perdido o poder pode compreender-se mas dar-lhe um eco excessivo é desvirtuar a democracia, a vontade popular, que deixou de os querer lá, é minar a confiança da maioria dos portugueses em descobrir as virtualidades do tal tempo novo e obrigá-la à força a ver de novo na ribalta os responsáveis da austeridade que varreu o país durante os últimos quatro anos.
O indecoroso comportamento para com Portugal dos dirigentes alemães, dos presidentes do Eurogrupo e do Conselho da Europa e da Comissão Europeia é ofensivo para com a nossa soberania. Se bem que tenhamos sempre também por aqui uma coluna que não será a quinta mas é seguramente a das cócoras disposta a tudo. Por muito que Passos Coelho negue que esteja a trair o país.
As reivindicações dos trabalhadores, as suas lutas não visam apoucar o governo mas comportam um capital que ajuda as políticas alternativas que se começaram a trilhar. Nem só a vozearia dos descontentes com elas vale. A força de quem trabalha também ajudará a conter os seus ímpetos. E os trabalhadores têm revelado capacidade de encarar a complexidade portuguesa à luz da vontade de querer mais e melhores condições de vida e de trabalho e de não aceitar o regresso para a austeridade suicidária de outros tempos.
E nos países da União Europeia há coisas que mexem não só para o aprofundamento do federalismo e da austeridade imposta pelos mais fortes aos mais débeis. Há coisas que mexem em sentido contrário, para o acautelamento das soberanias e políticas de desenvolvimento, de apoio a quem trabalha ou já está na reforma ou sem emprego. A União Europeia quebrou regras na proteção social aos emigrantes por parte da Inglaterra e não poderá exigir amanhã a outros estados-membros que respeitem outras "regras" (que só têm valido para os grandes.
Se o governo do PS resistir às humilhações e agir multilateralmente para que se alterem regras, isso poderá dificultar o caminho aos que, com o apoio dos governos conservadores da Alemanha e da França, já encaram uma União Europeia "reestruturada" avançada também ontem por Cameron, depois da aparente refrega com a Comissão Europeia.
O indecoroso comportamento para com Portugal dos dirigentes alemães, dos presidentes do Eurogrupo e do Conselho da Europa e da Comissão Europeia é ofensivo para com a nossa soberania. Se bem que tenhamos sempre também por aqui uma coluna que não será a quinta mas é seguramente a das cócoras disposta a tudo. Por muito que Passos Coelho negue que esteja a trair o país.
As reivindicações dos trabalhadores, as suas lutas não visam apoucar o governo mas comportam um capital que ajuda as políticas alternativas que se começaram a trilhar. Nem só a vozearia dos descontentes com elas vale. A força de quem trabalha também ajudará a conter os seus ímpetos. E os trabalhadores têm revelado capacidade de encarar a complexidade portuguesa à luz da vontade de querer mais e melhores condições de vida e de trabalho e de não aceitar o regresso para a austeridade suicidária de outros tempos.
E nos países da União Europeia há coisas que mexem não só para o aprofundamento do federalismo e da austeridade imposta pelos mais fortes aos mais débeis. Há coisas que mexem em sentido contrário, para o acautelamento das soberanias e políticas de desenvolvimento, de apoio a quem trabalha ou já está na reforma ou sem emprego. A União Europeia quebrou regras na proteção social aos emigrantes por parte da Inglaterra e não poderá exigir amanhã a outros estados-membros que respeitem outras "regras" (que só têm valido para os grandes.
Se o governo do PS resistir às humilhações e agir multilateralmente para que se alterem regras, isso poderá dificultar o caminho aos que, com o apoio dos governos conservadores da Alemanha e da França, já encaram uma União Europeia "reestruturada" avançada também ontem por Cameron, depois da aparente refrega com a Comissão Europeia.
O euro deu cabo da Europa, os europeus têm que dar cabo do euro (1)
Os países da UE que não aderiram ao euro (Inglaterra, Hungria, Polónia e Suécia) não estão mal de todo. Mas os que aderiram, depois da crise de 2010, ficaram paralisados pela austeridade, a que muitos eleitores reagiram virando o seu voto para partidos populistas ou “eurocépticos” (seguindo a terminologia dos eurocratas).
No plano dos “valores”
de que a UE faz gala em ostentar, há que registar o seu desrespeito na
agressão à Grécia e agora a Portugal. Com um orçamento comunitário reduzido a
1,25 % do PIB, o euro caiu e arrastou a sua influência recessiva e destruidora,
que se faz sentir de há 15 anos a esta parte.
O euro provocou uma
acentuada redução do crescimento nos países que o utilizaram. Comparando com as outras economias
da Europa, a queda do crescimento médio anual foi de 1%.
A crise foi
mais facilmente ultrapassada nos países que não são do euro.
Quadro
1
Comparação
entre o crescimento dos países da zona Euro e 5 outros países da OCDE
PIB
em 2015, indice 100=1999
|
Taxa
de cr
Escimento
médio em
1999-2015
|
Taxa
média em 1999-2007
|
Taxa
médiaem
2008-2015
|
Impacto
da crise
|
|
Belgica
|
125,6%
|
1,43%
|
2,23%
|
0,6%
|
-1,6%
|
Finlandia
|
128,2%
|
1,56%
|
3,73%
|
-0,6%
|
-4,3%
|
França
|
122,2%
|
1,26%
|
2,11%
|
0,4%
|
-1,7%
|
Alemanha
|
121,5%
|
1,23%
|
1,64%
|
0,8%
|
-0,8%
|
Grécia
|
104,7%
|
0,29%
|
4,07%
|
-3,4%
|
-7,4%
|
Italia
|
102,9%
|
0,18%
|
1,48%
|
-1,1%
|
-2,6%
|
Holanda
|
121,6%
|
1,23%
|
2,28%
|
0,2%
|
-2,1%
|
Portugal
|
106,2%
|
0,38%
|
1,52%
|
-0,8%
|
-2,3%
|
Espanha
|
130,6%
|
1,68%
|
3,74%
|
-0,3%
|
-4,1%
|
Total
9 países da zona Euro
|
119,1%
|
1,10%
|
2,18%
|
0,0%
|
-2,1%
|
Total
sem Alemanha
|
118,1%
|
1,05%
|
2,40%
|
-0,3%
|
-2,7%
|
Canadá
|
142,3%
|
2,23%
|
2,80%
|
1,7%
|
-1,1%
|
Noruega
|
130,0%
|
1,65%
|
2,44%
|
0,9%
|
-1,6%
|
Suécia
|
140,2%
|
2,14%
|
3,24%
|
1,0%
|
-2,2%
|
Inglaterra
|
134,9%
|
1,89%
|
3,00%
|
0,8%
|
-2,2%
|
EUA
|
137,5%
|
2,01%
|
2,65%
|
1,4%
|
-1,3%
|
Fonte: base de dados do FMI
Quadro
2
Taxa de
crescimento mundial média do PIB par habitante de 1999 a 2015
Taxa média em1999-2015
|
Taxa média em 1999-2007
|
Taxa média em
2008-2015
|
Impacto da crise
|
|
Bélgica
|
0,8%
|
1,8%
|
-0,1%
|
-1,9%
|
Finlândia
|
1,0%
|
3,2%
|
-1,0%
|
-4,2%
|
França
|
0,7%
|
1,4%
|
-0,1%
|
-1,5%
|
Alemanha
|
1,3%
|
1,6%
|
0,9%
|
-0,7%
|
Grécia
|
0,2%
|
3,7%
|
-3,2%
|
-6,9%
|
Itália
|
-0,2%
|
1,2%
|
-1,5%
|
-2,7%
|
Holandas
|
0,8%
|
1,8%
|
-0,2%
|
-2,1%
|
Portugal
|
0,3%
|
1,1%
|
-0,6%
|
-1,7%
|
Espanha
|
0,7%
|
2,1%
|
-0,6%
|
-2,8%
|
Canadá
|
1,2%
|
1,8%
|
0,5%
|
-1,3%
|
Suécia
|
1,5%
|
2,8%
|
0,2%
|
-2,6%
|
Inglaterra
|
1,2%
|
2,5%
|
0,0%
|
-2,5%
|
EUA
|
1,1%
|
1,7%
|
0,6%
|
-1,1%
|
Fonte : FMI
Mas se se tivesse em conta o PIB por habitante que nos dá uma maior
proximidade da situação em cada país, verificaríamos que desde 1999 só a Alemanha tem um crescimento
contínuo deste índice quer dos países da zona Euro quer dos que estão de fora!
Pelo contrário, a queda é significativa para os outros países: Grécia,
Finlândia, Espanha, Portugal e Itália.
Gráfico 1 - PIB por habitante
Queda
do investimento produtivo
Investimento
global
|
Investimento
por habitante
|
|||
Nível de 2015 em percentagem de 1999
|
Taxa de crescimento anual médio
|
Nível de 2015 em percentagem de 1999
|
Taxa de crescimento médio anual
|
|
Bélgica
|
120,8%
|
1,2%
|
109,8%
|
0,6%
|
Finlândia
|
114,9%
|
0,9%
|
107,9%
|
0,5%
|
França
|
122,9%
|
1,3%
|
111,9%
|
0,7%
|
Alemanha
|
96,2%
|
-0,2%
|
97,1%
|
-0,2%
|
Grécia
|
47,2%
|
-4,6%
|
46,7%
|
-4,7%
|
Itália
|
77,2%
|
-1,6%
|
73,0%
|
-2,0%
|
Holanda
|
97,0%
|
-0,2%
|
90,6%
|
-0,6%
|
Portugal
|
53,6%
|
-3,8%
|
52,6%
|
-3,9%
|
Espanha
|
100,5%
|
0,0%
|
86,5%
|
-0,9%
|
Total
dos 9 países da zona euro
|
98,3%
|
-0,1%
|
92,5%
|
-0,5%
|
Canadá
|
163,2%
|
3,1%
|
138,2%
|
2,0%
|
Noruega
|
152,0%
|
2,7%
|
130,5%
|
1,7%
|
Suécia
|
157,8%
|
2,9%
|
142,2%
|
2,2%
|
Inglaterra
|
123,8%
|
1,3%
|
111,9%
|
0,7%
|
EUA
|
120,2%
|
1,2%
|
104,4%
|
0,3%
|
Fonte : base de dados do FMI
O investimento que mede o progresso e social dos países caiu na
maior parte dos países e ainda mais no investimento por habitante
Gráfico 2 - Investimento por habitante
Fonte: FMI
Se esta contração é
importante para a Itália e a Espanha, é catastrófico para a Grécia ou Portugal (passam para níveis
de investimento de meados dos anos oitenta do século passado). É uma cegueira
continuar a ter ilusões sobre os efeitos positivos da austeridade. A quebra no
investimento provoca a não renovação do stock de capital per capita. No que
respeita ao capital fixo isso atinge
todas as infraestruturas (estradas, pontes, caminho de ferro e outros transportes
públicos, aeroportos, sistemas de captação, tratamento e distribuição de água,
sistemas de comunicações). E no que respeita ao capital mais diretamente
produtivo, as máquinas, etc. Isto põe em causa o futuro das populações dos
países da zona euro, ao contrário do que acontece com os outros países europeus,
os EUA ou o Canadá.
Este efeito induz também um efeito depressivo na economia mundial. Mas
também, entre nós, no emprego, particularmente entre os jovens, e na confiança,
o que pode gerar sérios conflitos sociais.
Não há fum-fum nem gaitinhas que defendam os aldrabões. Cavaco, Passos Coelho,
os comentadores sabichões, os jornalistas dos fretes, por muito alienígenas
que sejam, não podem contornar os dados da economia real: insistir na tragédia
do euro, é a liquidação de Portugal e da Europa!
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