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Bombardeamento a Gaza em 13 de Novembro |
Os acontecimentos
recentes
Esperava-se que hoje às oito da
próxima 2ª feira (TMG) Netanyahu se dirigiria ao Knesset anunciando que
eleições eram inevitáveis, remetendo-as para o fim do ano. Mas mnão é certo que
isso aconteça já que o primeiro-ministro ainda continuou a pressionar os
parceiros da coligação para não as precipitarem enquanto já acertava o cunho
eleitoralista do próximo orçamento ano.
Para trás ficou o leitmotiv
desta crise governamental: milícias palestinianas de Gaza, incluindo o
movimento islamita Hamas, terem concordado na terça-feira num cessar-fogo após
o recrudescer de ataques do domingo anterior, com o lançamento em pouco
mais de 24 horas de mais de 460 rockets da Gaza para Israel e 160
bombardeamentos israelitas sobre o enclave, para destruir casas,
infraestruturas e cobrir os assassinatos a dirigentes palestinianos seletivos
por agentes israelitas descaracterizados.
Nessa altura "os esforços do
Egito permitiram alcançar um
cessar-fogo entre a resistência e o inimigo sionista, e a resistência vai
respeitá-lo enquanto o inimigo sionista o respeite", anunciaram os grupos
num comunicado conjunto assinado pelo Centro de operações conjunto das
organizações palestinianas.
O Egito, com apoio das Nações
Unidas, foi intermediário para pôr termo à mais grave escalada de violência
entre milícias palestinianas e Israel desde 2014, com um balanço de 16 mortos,
onde se incluem 14 combatentes palestinianos, um militar israelita e um civil
palestiniano em Israel.
Não se devem, porém, ignorar projetos
de alguns para criar a partir deste pequeno território um “novo” estado que se
prolongaria para a península do Sinai, gerido pelo Hamas e pelo Egipto e que
formalizaria nova delapidação da Palestina. Mas também se deverão ter em conta
os projetos da Rússia, no que respeita ao gás natural que exporta, cujas condutas
poderão atravessar vários destes países até ao Egipto.
Os antecedentes
imediatos
A escalada iniciou-se com a declaração de Netanyahu em Paris no 100º
aniversário do armistício do final da Primeira Guerra de que não havia solução
negocial para o seu conflito com Gaza.
Seguiu-se uma operação especial israelita no interior da Faixa de Gaza
nessa noite de domingo, onde foram mortos sete milicianos palestinianos e o
soldado israelita, seguida na tarde de segunda-feira pelo lançamento em massa
de rockets durante 24 horas seguidas.
Por sua vez, as forças israelitas bombardearam dezenas de posições
das milícias palestinianas, incluindo a Al-Aqsa, a estação televisiva do Hamas
na Faixa de Gaza, que deixou de emitir após o ataque.
As reações
A Organização de Libertação da Palestina (OLP) responsabilizou
Israel pela perigosa escalada da violência na faixa de Gaza bloqueada e pelo
terror. As autoridades palestinianas denunciaram os ataques israelitas nos dois
dias anteriores contra estruturas civis no enclave de Gaza, afirmando que os
dois milhões de palestinianos que sofreram o bloqueio ilegal de Israel durante
os últimos 12 anos foram atacados e não têm onde refugiar-se. Os
bombardeamentos deliberados de Israel a edifícios residenciais, a uma estação
de televisão e a outras instalações civis são para a OLP “crimes de guerra e
Israel terá que sofrer as consequências das suas ações”.
A OLP declarou-se comprometida em
defender o direito do seu povo a viver em paz, segurança e liberdade,
utilizando todas as ferramentas diplomáticas e legais disponíveis. E concluíram
que “com a ajuda do Egipto e de outras partes interessadas, continuaremos os
nossos esforços sérios para conseguir a
reconciliação e a unidade da Palestina”
Em Ramallah, o ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros,
Riyad al-Malik, solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da
ONU para discutir os ataques militares israelitas contra a faixa de Gaza.
Por seu lado, a Frente Popular de Libertação da Palestina
(FPLP) apelou a todos os amigos da Palestina no mundo para que se
solidarizem com Gaza sob ataque de Israel. «Este ataque é uma tentativa de
suprimir as conquistas da Grande Marcha de Retorno, na qual milhares de
palestinianos na faixa de Gaza exigiram o direito fundamental de regressar e de
romper o bloqueio», considera a FPLP.
O Hamas considerou a demissão de ministro israelita uma “vitória
política para Gaza, que conseguiu pela sua resistência minar o cenário político
de Israel", afirmou hoje num comunicado o Hamas, que governa o enclave
palestiniano de Gaza. O Hamas já há algum tempo trocou uma relação preferencial
apoios com o Irão por outra com o Qatar que lhe tem feito chegar diferentes
tipos de apoios.
Para o jornal Haaretz, Netanyahu e as Forças Armadas de Israel
agiram, contra vários ministros israelitas para evitar que a guerra fosse
evitada no último minuto.
Os silêncios
“justificados” de Netanyahu
Falando no Memorial a Ben-Gurion,
fundador do estado de Israel, Netanyahu afirmou, e citamos, "Em tempos
normais, um líder deve estar atento ao coração das pessoas e o nosso povo é
sábio. Mas em tempos de crise, ao tomar decisões críticas no campo da
segurança, o público nem sempre pode ser um parceiro nas considerações cruciais
que devem ser ocultadas do inimigo.
Nesses momentos, a liderança não
é fazer a coisa fácil. A liderança é fazer a coisa certa, mesmo que seja
difícil. A liderança às vezes enfrenta críticas quando se conhecem informações
confidenciais que se não podem compartilhar com os cidadãos de Israel e, nesse
caso, com os residentes do Sul, que eu amo e aprecio muito.
Eu ouço as vozes dos moradores do
sul. Acreditem em mim, eles são preciosos para mim, suas palavras penetram no
meu coração. Mas junto com os chefes das forças de segurança, vejo o quadro
geral da segurança de Israel, que não posso compartilhar com o público. Eu
gostaria de poder compartilhar com os cidadãos de Israel tudo o que eu sei, mas
com a segurança de Israel ela será essencialmente reservada. Os nossos inimigos
pediram um cessar-fogo e sabem muito bem por quê.
Não posso elaborar nossos planos para o futuro. Determinaremos as
condições certas e os tempos certos para o Estado de Israel, que são corretos
para a segurança de nossos cidadãos".
Para o Haaretz, houve
implicitamente referência à frente norte (Síria, Líbano, com influência russa) no
discurso de Netanyahu no memorial.
Ainda segundo o mesmo jornal, o chefe
do Exército apresentou ao conselho de ministros cenários sombrios: ou uma
guerra na qual Israel conquistava a Faixa de Gaza, ou semanas de violência após
as quais ambos os lados regressariam ao ponto de partida.
Condicionantes
Os interesses da Rússia na Síria e no Líbano, a norte, estão a limitar
as opções militares de Israel. Para o jornal, jogar xadrez com o Hezbollah,
que governa o Líbano, é uma coisa. Tentar descobrir o que a Rússia quer, na
Síria e talvez também no Líbano, mesmo que o Hezbollah lá esteja a tentar
fabricar armas, é um desafio completamente diferente. Daí a aparente “cautela” de Israel lidar com o Hamas na Faixa de Gaza, ao
aceitar este cessar-fogo. O incidente em que caças F-16 se esconderam atrás
dum avião russo, o que levou a que este fosse atingido por fogo sírio, levou a
um sério aviso por parte da Rússia de que ambos os países têm que coordenar
melhor as suas iniciativas políticas e militares na região.
Vários analistas, com
preocupações bem diferentes dos falcões ultraortodoxos israelitas, sustentam
que Israel tem todo o interesse em manter boas relações com a Rússia numa
situação que é tão frágil e com interesses tão contraditórios e potencialmente
violentos e que não é do interesse de ambos os países que a guerra na Síria se transfira
para outros países, lembrando que fi a Rússia que manteve negociações com
Teerão e vários grupos apoiados pelos iranianos para que estes retirassem do
sudoeste sírio, próximo do norte de Israel.
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Acordos entre Israel e China |
Por outro lado, como referimos em
artigo anterior a China passará a
controlar nos próximos dois anos o essencial da indústria agroalimentar
israelita, da sua alta tecnologia e das suas trocas internacionais, devendo
seguir-se entre as partes um acordo de comércio livre, em que único sector
importante da economia israelita fechado ao capital chinês é o do armamento. E
não aceitará a instabilidade provocada pelas teorhinansões entre Israel e a
Palestina. Os EUA poderão “puxar as orelhas” a Netanyahu por isso, mas não têm
capacidade para se constituir como alternativa credível.
A confrontação permanente entre
Israel e a faixa de Gaza não tem apenas motivações racistas. Israel quis controlar as fontes de gás
natural existentes nas águas de Gaza, evitando assim acordos com a Turquia
e o Egipto quanto a condutas de petróleo vindas da Rússia ou do Qatar. E apesar
da soberania nessas águas não lhe pertencer fez apelos a investidores
ocidentais para aí iniciarem a exploração.
A derrocada da
coligação e a perspetiva de eleições antecipadas
O ex-ministro Lieberman já tinha entrado em confronto com o
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante o acordo que Israel estabeleceu
permitindo ao Qatar armazenar combustível e transferir dinheiro para o Hamas.
Defensor da separação física de
judeus e árabes, Lieberman considera insensato dar um poder ilegítimo em Gaza
ao Qatar e recursos para o Hamas. Paras ele não há dúvida de que, se esta
decisão faz descer a pressão a curto prazo, permitiria, porém, um ressurgimento
de atos de guerra por parte da Irmandade Muçulmana, a longo prazo. Segundo o
mesmo jornal, ao contrário da versão da imprensa internacional, Avigdor
Lieberman estaria interessado na paz, enquanto o aparelho militar tinha a
intenção de manter o status quo e que Netanyahu desse continuidade ao projeto
da Grande Israel Zeev Jabotinsky (1).”
Nesta 6ª feira Netanyahu disse ao
The Times de Israel que ainda
tentaria "preservar o governo de direita", mas Israel poderá estar à
beira de eleições agora quase inevitáveis, depois do primeiro-ministro ter rejeitado
a exigência - um verdadeiro ultimato - do ministro da educação Naftali Bennett em
ser designado ministro da Defesa. Essas eleições seriam consequência da saída,
já anunciada, da coligação governamental do partido de Bennett. O sionista
religioso Bennett é muito mais extremista que Lieberman.
Segundo o próprio Netanyahu a rejeição do ultimato baseou-se na sua
intenção de manter a pasta da Defesa "à luz dos desafios críticos
enfrentados atualmente pelo Estado de Israel".
De acordo com uma sondagem, realizada no próprio dia destes
acontecimentos, quase três quartos dos israelitas apoiam as opiniões expressas
por Liberman. Muitos israelitas que vivem a menos de 30 quilómetros da
Faixa de Gaza, numa região alvo dos mísseis desde a governação de Gaza pelo
Hamas em 2006, manifestaram-se pelo cessar-fogo, exigindo uma política de
segurança a longo prazo.
A imprensa israelita não divulga sondagens
de opinião sobre os habitantes de Gaza.
O Hadash e o Partido Comunista (PCC) de Israel pediram eleições logo após
a demissão Avigdor Lieberman, afirmando que “chegou a hora de trazer um
governo melhor para Israel. Chegou a hora de eleições democráticas e quanto
mais cedo melhor. Os negócios correntes não podem ser deixados nas mãos de um
bando de fascistas e colonos”, e que a renúncia de Lieberman “revelou o que já
sabíamos há muito tempo - este governo não tem uma estratégia para acabar com o
bloqueio continuado da Faixa de Gaza, a fome do povo palestino em Gaza, a
ocupação contínua dos territórios palestinos e seu abandono dos moradores do
sul de Israel”.
Através de um comunicado, o chefe
do governo, reagiu de imediato sublinhando a importância de fazer todos os esforços para preservar o
governo de direita e não repetir o “erro histórico” de 1992, quando o governo
de direita foi derrubado, a esquerda chegou ao poder e trouxe, segundo ele o
“desastre de Oslo” para o Estado de Israel.
Esqueceu-se de referir o assassinato de Isaac Rabin em 1995 por um
adversário desses acordos estabelecidos com Yasser Arafat.
O ministro da Defesa cessante,
Avigdor Liberman, ao anunciar a sua renúncia ao cargo na 4ª feira, disse que o
cessar fogo e os acordos com o Hamas, tinham sido uma “capitulação face ao
terror”.
Ao retirar também o seu partido,
o Yisrael Beytenu, da coligação, Liberman deixou o governo com uma maioria
estreita, com apenas 61 em 120 deputados no Knesset. O “Lar judaico” (Jewish
Home), partido nacionalista, de extrema direita e religioso, que dispõe de 8
lugares, declarou então, rapidamente, que derrubaria o governo se o seu líder
Bennett não recebesse a pasta da Defesa (2).
Quando da formação deste governo,
a OLP referiu “Este Governo visa matar, e reforçar a colonização”. E
acrescentou que era “um Governo de união para a guerra e contra a paz e a
estabilidade na nossa região”.
Não devem ser ignorados, no
início deste mês, e antes destes acontecimentos, ter começado a ser discutida
no Knesset uma proposta de lei que prevê que os culpados de terrorismo possam
ser condenados à morte e sem acordo unânime dos juízes do tribunal. Netanyahu
saudou, dias depois, a reimposição de todas as sanções dos EUA ao Irão, com o
argumento de que este país punha “em perigo o mundo inteiro”.
Bennett há muito criticava a relutância do governo Netanyahu em
responder com mais força aos ataques com rockets sobre Gaza, e defendia
incursões terrestres na Faixa de Gaza.
Embora, em teoria, Netanyahu
pudesse trazer outro partido para a coligação em vez do “Lar Judaico”, todos os
partidos da oposição declararam a sua intenção de concorrer contra ele e a
possibilidade de se lhe juntarem é altamente improvável (3).
Fez uma série de telefonemas para
os chefes da coligação dizendo que não havia razão para desmantelar a coligação
neste momento. Contrariou as declarações de Bennett de que se iria para
eleições antecipadas, apesar de uma fonte do “Lar Judaico”, no entanto, ter
declarado que “ficou claro que, à luz da posição resoluta do Presidente do Kulanu
(partido que nas eleições de 2015 apareceu pela primera vez, obtendo logo 10
deputados, e do Ministro Kahlon (que advogou eleições antecipadas], haver a
necessidade de ir a eleições o quanto antes sem possibilidade de o atual
governo continuar”. Um eventual convite ao ultraortodoxo Shas, que tem visto as
suas propostas mais graves serem aplicadas pelo primeiro-ministro, não garante
a maioria a novo governo liderado pelo Likud e os contactos com Khalom e o
Kulanu parecerem ir ser tentados. O fim-de-semana passado terá sido decisivo
para um “arranjo” de última hora.
Ainda não há, portanto, data para as eleições que estavam já normalmente
marcadas para novembro de 2019. Alguns partidos esperam agora que elas
sejam realizadas entre março e maio, com Netanyahu a pressionar para uma data
posterior, se possível no final do ano.
Para as eleições de 2015 já vigorou a meta de 3,25% em vez dos
anteriores 2% para poder haver representação parlamentar. Essa nova lei e
as sondagens finais das intenções de voto para desse ano, impulsionaram a constituição,
à esquerda, da Lista Conjunta (integrada por quatro pequenos partidos árabes, que
no conjunto somaram 9 deputados e o Partido Comunista, o Hadash, com 4), que antes
se estimava que pudesse ficar como terceira força parlamentar, com 13
deputados. Porém, também na oposição, a União Sionista alcançou os 24, Os
Verdes ficaram apenas com 1. A barreira de 3,25% ameaçou a sobrevivência dos
partidos Meretz (esquerda) e do “Lar Judeu” (ultradireita), do ministro de
Assuntos Exteriores Avigdor Libermann, que poderiam ser excluídos da nova
Knesset. O que não aconteceu, tendo o Meretz ficado pelos 5 e o “Lar judeu” pelos
8. A União Sionista, composta pelo Partido Trabalhista, de Herzog, defendendo o
congelamento dos colonatos e a solução de dois estados, teve 18 deputados e o
Hatnuah, de Tzipi Livni, 6. O primeiro social-democrata, de centro-esquerda e o
segundo liberal, de centro com atitudes pacifistas, seculares e ambientalistas.
Os restantes partidos de oposição de
direita ou esquerda, somaram 17 deputados.
Paradoxalmente, foi exatamente
Libermann que, antes das eleições de 2015, propôs elevar o patamar que dá
acesso à Câmara, para interromper a marcha dos partidos árabes e dos comunistas,
que chamou de “traidores de Israel”, o que não conseguiu, mas arriscando a não
entrada do seu próprio partido.
(1) Foi
o criador do revisionismo sionista do Likud, feroz opositor do socialista Ben
Gurion. Os conflitos entre judeus e árabes na Palestina foram adquirindo
contornos cada vez mais amplos, à medida que crescia a oposição dos líderes
árabes ao estabelecimento de um estado nacional judaico na região. Em 1929
Jabotinsky viajou para participar do 16º Congresso Sionista. Sob pressão dos
árabes, os ingleses não permitiram o retorno de Jabotinsky, que se assumiu como
sionista fascista. Ao mesmo tempo, surgem novas lideranças sionistas mais
radicais que Jabotinsky que pregavam o combate contra o mandato britânico.
Surgem grupos como o Irgun e o Lehi. Mas este percurso político interno em
Israel, mesmo antes da criação do estado pelas Nações Unidas até ao presente, poderá
ser tema para um outro artigo. A
história de Israel está indissociavelmente ligada à continuada tensão no Médio
Oriente.
(2) Na
atual composição do governo participam 5 dos 10 partidos com representação no
Knessett: o Likud, de Benjamin Netanyahu, com 30 deputados, o Kulanu (dirigido
por Moshe Kahlon, anterior ministro do
Likud), com 10, o ultraortodoxo Shas (acrónimo hebreu dos Guardiões Sefarditas
da Torah, dirigido pelo rabino, mentor
espiritual, Ovadia Yosef e pelo chefe político Eli Yishai), com 7, o Judaísmo
Unido da Tora (dirigido por Yaakov Litzman e por Moshe Gafni) com 6 e a
formação ultranacionalista Bayit Yehudi (ou Lar Judaico, dirigida por Naftali Bennett) com 8.
(3) Na
vigência dos governos de Netanyahu, chefe do Likud e chefe do governo de 1996 e
1998 e de 2009, por indigitação de Shimon Peres, até hoje (para não contar
também com os governos de Ehud Barak de 1999 a 2009), têm havido sucessivas
crises, na última das quais Netanyahu demitiu vários ministros e isso acarretou
eleições em 2015 que deram origem à atual coligação de direita que, agora,
corre o risco de não concluir a legislatura de 4 anos. Nessas eleições para
garantir a vitória da direita, Netanyahu não se coibiu de fazer, em vídeo no
Facebook, o apelo racista contra os seus concidadãos árabes: “O Governo de
direita está em perigo. Os eleitores árabes estão acorrendo em manada às urnas.
Organizações de esquerda estão a transportá-los”