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sábado, 22 de dezembro de 2018

A saída norte-americana da Síria e o impasse no novo muro dos EUA com o México

A saída da Síria de todos os norte americanos a curto prazo, declarada por Trump, na sequência de anteriores alusões nesse sentido, pode agravar a tensão dentro da administração norte-americana acelerando as tentativas de impeachment do presidente.

Esse facto, só por hipocrisia pode escandalizar a França ou o Reino Unido, que ainda mantêm forças suas na Síria, apoiadas pelos respetivos serviços secretos, a DGES e o MI6, antes alinhadas sob o comando dos EUA. E que em alguns casos recorrem a combatentes curdos para combates que lhes evite a perda das suas próprias forças.
Combatentes estes que foram recrutados ou “comprados” com a miragem da criação futura dum Curdistão constituído por parcelas da Síria, do Iraque e da Turquia, há muito desenhado pelos estrategas norte-americanos como meio para, dividindo, reinarem melhor. Isso constituiria uma tragédia com os enormes conflitos que iria gerar.
A saída da França e do Reino Unido da Síria, pode encalhar na sua tradição imperial na região e ser abrilhantada por lamúrias de que os curdos seriam agora… “abandonados às mãos da tropa de Assad” ou de presos do ISIS que saíssem das cadeias.
Na guerra imposta à Síria pelos EUA, que criaram o ISIS ou Estado Islâmico, com apoio doutros países ocidentais, nomeadamente os dois referidos, têm sido encontradas soluções para a saída do país desses combatentes, como aconteceu com a saída dos do ISIS de várias cidades recuperadas pelo Exército Árabe da Síria e Damasco encontrará, certamente, soluções semelhantes e que serão acompanhadas pelo apaziguamento e manutenção de autonomias, e desejavelmente também por ações semelhantes no Iraque e na Turquia.


Por outro lado, a Câmara dos Representantes aprovou por 217 votos contra 185 a nova versão do projeto de orçamento, que inclui o financiamento de 5,7 mil milhões de dólares para o muro com o México, de Trump,mas no Senado vários republicanos e democratas, rejeitarão qualquer financiamento do muro com clara alocação no Orçamento. Sem um acordo bem-sucedido, o financiamento para muitos departamentos governamentais expirará à meia-noite de hoje, sexta-feira, provocando inclusivamente o despedimento de centenas de milhares de trabalhadores precários.
Enquanto os republicanos têm uma maioria no Senado de 51 lugares contra 49 dos democratas, um projeto de lei precisa de 60 votos para aprovação, ao contrário da Câmara, onde a maioria simples é suficiente.

O início da construção do Muro do México ocorreu no ano de 1991 (Georges Bush), mas foi em 1994 (Bil Clinton) que as suas obras se intensificaram, durante a chamada “Operação Guardian”. Essa operação pretendia colocar um fim à onda de imigração ilegal que aumentava no país ano após ano, fruto das políticas impostas pelos EUA para a América Latina, que sempre a consierou o "seu quintal". O território mexicano era considerado a principal porta de entrada para esses imigrantes.
O conflito com o Senado sobre esta questão é um esticar de corda em que se Trump perder e beneficiará da crítica dos sectores que o elegeram aos que, ganhando, pensam usar isso no impeachment a Trump, ganhando algum novo fôlego alguma simpatia externa e dos meios urbans dos EUA.

Hoje a construção de um novo muro, é questão de “honra” para o Presidente dos EUA. Enquanto uma nova guerra mundial bate à porta de todos nós, resultante da irresponsabilidade da administração norte-americana, nomeadamente da sua componente militar.

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