Tem-se dado prioridade depois do abatimento da estrada Borba
- Vila Viçosa, à recuperação dos corpos das vítimas encarcerados em viaturas e
presos nos blocos de mármore, resíduos
da exploração.
Mas há que apurar os termos dos licenciamentos da exploração
das pedreiras, com particular relevo
para as garantias de segurança a que as empresas se obrigavam, fiscalização
continuada por parte da entidade licenciadora e as suas interações com as
empresas e as conclusões a que ia chegando, quem fez os pedidos, e a quem, dos
estudos de estabilidade e quem se devia pronunciar sobre eles, analisando os
despachos que tiveram dessas entidades.
Ouvi um empresário dizer "que já tinha pedido a
interdição do trânsito automóvel na estrada que abateu para ela ser apenas
usados pelas viaturas e pelos trabalhadores das empresas”!!! Donde se deduz que
o empresário sobre-explorador do mármore não se importaria que fossem
trabalhadores das empresas e respetivas viaturas a serem vítimas da
catástrofe!!! E tudo em nome da liberdade da circulação dessas viaturas.
Entretanto com a "desclassificação” da estrada nacional
e a sua passagem a municipal (nome feio este da desclassificação quando se tratou
apenas de desresponsabilização…), municípios passaram a ter engenheiros civis
com capacidades de fiscalização e de reparação das estradas “confiadas? Não.
E receberam recursos para fazer as caras obras de
recuperação nem para analisar a estabilidade das estruturas para fazerem adequada
fiscalização? Também não. Todos estes processos de "descentralização estão
viciados. Vários governos quiseram libertar-se de pessoal da administração
central e local mas não criaram condições para que os municípios os poderem
voltar a ter em especialidades essenciais para a sua ação.
É que uma responsabilidade desta natureza não é só poder
contratar empreitadas de beneficiação -poder especialmente atrativo, só por
si, para muitos autarca. Mas isso não esgota a responsabilidade que se assume.
É um horror olhar para as imagens captadas por drone daquelas
explorações e da estrada da morte que para ela contribuíram escavações para
além de quaiquer razoabilidade.
A tais “empresários” só foi possível fazer tal barbaridade
com o “fechar de olhos” de alguns
organismos do Estado. Isto tem que ser apurado.
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