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sábado, 24 de novembro de 2018

Estas coisas não podem voltar a acontecer, por António Abreu



Tem-se dado prioridade depois do abatimento da estrada Borba - Vila Viçosa, à recuperação dos corpos das vítimas encarcerados em viaturas e presos  nos blocos de mármore, resíduos da exploração.
Mas há que apurar os termos dos licenciamentos da exploração das  pedreiras, com particular relevo para as garantias de segurança a que as empresas se obrigavam, fiscalização continuada por parte da entidade licenciadora e as suas interações com as empresas e as conclusões a que ia chegando, quem fez os pedidos, e a quem, dos estudos de estabilidade e quem se devia pronunciar sobre eles, analisando os despachos que tiveram dessas entidades.
Ouvi um empresário dizer "que já tinha pedido a interdição do trânsito automóvel na estrada que abateu para ela ser apenas usados pelas viaturas e pelos trabalhadores das empresas”!!! Donde se deduz que o empresário sobre-explorador do mármore não se importaria que fossem trabalhadores das empresas e respetivas viaturas a serem vítimas da catástrofe!!! E tudo em nome da liberdade da circulação dessas viaturas.
Entretanto com a "desclassificação” da estrada nacional e a sua passagem a municipal (nome feio este da desclassificação quando se tratou apenas de desresponsabilização…), municípios passaram a ter engenheiros civis com capacidades de fiscalização e de reparação das estradas “confiadas? Não.
E receberam recursos para fazer as caras obras de recuperação nem para analisar a estabilidade das estruturas para fazerem adequada fiscalização? Também não. Todos estes processos de "descentralização estão viciados. Vários governos quiseram libertar-se de pessoal da administração central e local mas não criaram condições para que os municípios os poderem voltar a ter em especialidades essenciais para a sua ação.
É que uma responsabilidade desta natureza não é só poder contratar empreitadas de beneficiação -poder especialmente atrativo, só por si, para muitos autarca. Mas isso  não esgota a responsabilidade que se assume.
É um horror olhar para as imagens captadas por drone daquelas explorações e da estrada da morte que para ela contribuíram escavações para além de quaiquer razoabilidade.
A tais “empresários” só foi possível fazer tal barbaridade com  o “fechar de olhos” de alguns organismos do Estado. Isto tem que ser apurado.

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