Não me refugio numa crítica sem conhecer os fundamentos do que posso afirmar.
Nem mesmo as considerações categóricas de Marisa Matias, do Bloco, hoje, me sossegam. Naturalmente que MM tem canais privilegiados de informação que não tenho. Mas há considerações que têm que ser feitas.
Como não estendi o tapete ao Syriza, não lho vou tirar. Não tenho voto na matéria. Isso cabe aos gregos.
Mas esta esquerda deverá acertar agulhas ideológicas e zelar pelos comportamentos éticos na política, entendida como falar verdade ao povo e respeitar os seus sentimentos e vontades expressas.
Não partilho a ideia de que a Grécia deve fazer questão na manutenção no euro e na União Europeia a troco da austeridade. A obsessão de alguma esquerda em manter o euro e a UE, quiçá para ter isso como traço distintivo na esquerda, procura vir a demonstrar, com o seu falhanço, que não funcionam, que vão soçobrar e que temos que encontrar alternativas? Depois, no meio dos cacos?
A austeridade leva ao desastre social, político e económico. Os 35 mil milhões de euros que Tsipras disse obter para o crescimento, vai ser canalizado por quem? Para quem? Com que resultados positivos avaliados no emprego, no crescimento do consumo interno e substituição de importações?
Que parte da dívida vai poder com os seus resultados abater?
E a reestruturação da dívida, entendida apenas como dilatação de eventuais prazos e taxas, pode levar a uma dívida aceitável daqui por quantas décadas?
E os activos do país vão ou não ter, uma comissão, que escapa aos órgãos do estado, para acionar privatizações de empresas muito lucrativa?. Não é humilhação excessiva, falta de confiança no governo grego por parte dos "parceiros europeus"? Os sindicatos vão participar?
A receita adicional do aumento do IVA de 13 para 23%, a reconsiderar em 2016, vai para abater a dívida?
O Siryza vai proceder ao afastamento dos militantes, ministros e deputados que não aceitarem este acordo?
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