Os EUA
há muitos anos que não se limitam apenas a interferir militarmente na vida
interna de cada país.
Dispõem
de instituições, a que a CIA está
estreitamente ligada, como, entre muitas outras, a que combina
conselheiros e outros apoios dados a ONGs pelo multi-milionário George Soros, as instruções
em livro de Gene Sharp
para derrubar governos ou os subsídios "por candidatura" do National Endowment for Democracy (NED).
para derrubar governos ou os subsídios "por candidatura" do National Endowment for Democracy (NED).
Quando
são denunciados, como aconteceu recentemente em Angola e no Brasil, dispõem
da capacidade, pela cumplicidade dos media dominantes, de fazerem ouvir
algumas "vítimas, combatentes da liberdade", nos grandes media em
jeito de defensores dos direitos humanos, da liberdade de expressão e de
reunião, do combate à corrupção no país, da denúncia de “ditadores e
cleptocratas”, etc.
Quem
são então estes "beneméritos" de ímpetos libertadores?
Georges
Soros
George Soros é um magnata húngaro-americano, um dos
mais ricos do mundo, com interesses em áreas como o petróleo ou os
diamantes.
É reconhecido internacionalmente como um dos
maiores financiadores de golpes em vários países da América Latina, Africa,
Europa e Ásia, tendo sido por exemplo um dos principais financiadores dos
grupos de extrema-direita em Maidan na Ucrânia que realizaram o golpe
que levou ao poder os neo-fascistas.
Criou uma rede de ONGs visando derrubar governos de
países africanos, nomeadamente os que têm a exploração pública de importantes
riquezas naturais.
Um dos seus colaboradores, Rafael Marques,
trabalhou para a Open Society Foundations, do magnata, em projetos de
apoio a educação, comunicação social, democracia e direitos humanos em Angola.
Em janeiro de 2005, desligou-se da Open Society, mas viria a ser
processado por duas vezes por injúrias contra o Presidente José Eduardo dos
Santos, no seu jornal Maka Angola. Tem sido grande animador de ações em
Portugal contra José Eduardo dos Santos e o governo de Angola usando uma
violência verbal inversamente proporcional ao crédito das suas acusações, e
contactando alguns partidos com assento parlamentar (http://makaangola.org/).
Rafael
Marques teve papel particular em Portugal no que respeitou à criação de um
movimento de simpatia para com Luaty Beirão e outros dezasseis
"activistas", que estavam em processo de assimilação do livro de Gene
Sharp, adaptado por Domingos Cruz, que o considera tão só um trabalho
“académico” (apesar de se chamar “Ferramentas para destruir o ditador e evitar
nova ditadura”) e que um
tribunal angolano condenou há dias. Não ignoramos os problemas do regime
angolano, a corrupção, e o eventual erro político de como se processaram as
diligências judiciais até ao julgamento e a pesadas penas. Tudo isto facilita
que a estrutura que os suporta invista na criação de heróis em tempo de crise e
de grandes dificuldades e desigualdades. Não inocentemente acentuada pela queda
drástica dos preços de petróleo que retirou àquele país recursos para manter o
investimento estrangeiro. Foi o caso de muitas empresas portuguesas que se
viram forçadas a encerrar portas e tendo os respetivos trabalhadores de
regressar a Portugal, em particular na construção civil.
Mas não
estamos perante jovens idealistas, cheios das melhores intenções que só estavam
a ler um livro numa casa. Respeitem a nossa inteligência!...Eles preparavam e
falharam uma "revolução colorida". Como outros prepararam e falharam
algo de semelhante na Síria, aí reagindo com a ação armada contra o regime, que
se prolongou com a ação do Daesh, que, por sua vez, está em vias de derrota..
Soros é proprietário do"The Institute For New
Economic Thinking" e do respectivo think thank. Convidaram
Alexis Tsipras, promovendo uma ronda de conferências deste em várias
cidades norte-americanas, segundo a revista, para alertar para os riscos do
fascismo do Aurora Dourada, tal como o Pasok já fizera no passado, e para
criticar Angela Merkl, debilitando assim a UE, no interesse dos EUA...(http://www.wiwo.de)
National
Endowment for Democracy
Quanto ao National Endowment for Democracy (NED),
correspondeu à necessidade de Ronald Reagan criar um mecanismo de financiamento
para apoiar os grupos dentro de países estrangeiros que se dedicassem à
propaganda e à ação política que a CIA tinha organizado ao longo da sua
história e que eram pagas de forma encoberta. Para substituir
parcialmente esse papel da CIA, a decisão recaiu na criação
de uma entidade financiada pelo Congresso que iria servir como um canal
para esse dinheiro.
Esteve
envolvido, como referimos na criação do movimento golpista que levou os
neo-fascistas ao poder na Ucrânia. É tão "limpinha" que tem um
site que aceita candidaturas a subsídios (http://www.ned.org/). Aí se prometem apoios
para derrubar "à la carte" qualquer governo. Ora vá lá ver...
A NED
tinha organizações subsidiadas também na Rússia, mas esta decidiu acabar com
elas no ano passado. Quantos governos permitiriam uma potência estrangeira
hostil a patrocinar políticos e organizações civis no seu território, cuja
missão é minar e derrubar o governo existente e colocar lá outro compatível com
esse poder estrangeiro?
Sobre a
intervenção na Rússia e numa série de outros países, consultar
Os manuais de outro norte-americano, Gene Sharp
Já no
início das “revoluções coloridas”, o DN de 5/3/2011 apresentava o autor do
livro "From Dictatorship to Democracy" (Da Ditadura à
Democracia), uma forma simpática, romanceada e desligada de uma
intervenção dos serviços secretos norte-americanos: "Modesto, Sharp gosta
de dizer que as revoltas são de quem as faz no terreno. Ele limita-se a ser a
inspiração na sombra". A jornalista Helena Tecedeiro apresentava o manual
como "Os 198 métodos não violentos para derrubar uma ditadura - da greve
de fome à revelação da identidade de agentes secretos", fazendo o
paralelismo de Sharp com…Gandhi! . A jornalista do DN que não se percebe se se
deslocara a Massachusetts ou se escrevia por “espírito santo de orelha”, até
alertava os leitores para o não confundirem com um “radical esquerdista”…
A
editora Tinta da China anunciou que vai publicar a versão portuguesa do livro,
tendo acordado com o autor que todas as receitas seriam para enviar às famílias
dos 17 jovens detidos.