Os dois cabecilhas do golpe
no Brasil, Michel Temer, vice-presidente do Governo, e Eduardo Cunha,
presidente do Congresso, ambos do PMDB, partido que retirou o apoio ao governo,
estão a perder o pé.
Eduardo Cunha acalentava há
muito afastar Dilma da presidência do Brasil e afastar o PMDB do PT. Para ele,
era essencial que a operação Lava Jato fosse silenciada pelo governo que se lhe
seguisse, para ele se ver livre do
pesadelo dos crimes que terá cometido.
Mas Temer continua a não se
demitir de vice-presidente, o que deixa a pintura muito borrada, depois do
partido de que é presidente ter decidido tirar o tapete ao governo.
Nas vésperas de o PMDB se
afastar do governo, um porta-voz deste partido, convencido que o golpe iria ser
vitorioso, divulgou projectos neo-liberais para o governo seguinte:
privatizações e redução drástica de importantes programas sociais de comprovada
relevância para a melhoria das condições de vida e estatuto social de boa parte
da população mais carenciada.
Na mesma altura eram
decididas pelo governo a descida do preço da electricidade e a distribuição de
mais terras para a reforma agrária e os quilombos (comunidades de negros sem
terra de descendentes de escravos), como forma de atenuar as desigualdades
sociais.
A ordem de debandada só foi
cumprida pelo Ministro de Turismo, um dos políticos alvo da La Jato. Os outros
seis ministros tentam junto de Dilma manter os lugares que cobriam áreas
importantes da governação.
Parecem longe já os
jantares em Brasília de dirigentes do PSDB e PMDB (a que alguém já chamou “sindicato
dos ladrões”) em que se discutiam pastas e postas de um futuro governo.
Agora Temer continua a não
se demitir de vice-presidente, o que deixa a pintura muito borrada, depois do
partido de que é presidente ter decidido tirar o tapete ao governo.
Quanto à operação Lava
Jato, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu retirar os casos de Dilma e Lula da
alçada do juiz Sergio Moro, que depois de querer usar a Lava Jato contra o
governo, deixando na penumbra os casos de corrupção de dirigentes,
parlamentares e senadores do PSDB e PMDB.