"Nas
manifestações em França já referidas apareceu como por « geração
expontânea » um novo movimento
político La Nuit debout (a noite a pé) que, apesar da sua
« expontaneidade », ocorrida durante alguns dias, dispõe já de dois
sites na net, uma rádio e uma TV web e uma multiplicidadede de 21 comissões
criadas "expontaneamente" na Praça da República, no decurso do protesto popular e
estudantil de 31 de Março : greve geral, animação artística, educação,
economia, clima, jardim dos saberes, ciência a pé, desenho a pé, feminismo,
LGTBI+, redacção de um manifesto, manifestações, acampamentos, democracia, voto
em branco, transparência, Enfermaria, França-Africa, comunicação. Por estes
dias até já estarão a ser criados outros. Consultando os seus sites, a inspiração
teria vindo do filme « Merci patron » (Obrigado, patrão), visto em 23
de Fevereiro, altura em que estava já em marcha uma forte contestação na
sociedade francesa pela nova lei laboral.
Para o jornalista Thierry Meyssan o movimento Nuit debout, acabado de criar em França mas já existente em Espanha e na Alemanha, ambiciona fazer frente à Lei El-Khomri relativa à reforma do código de trabalho e, em termos mais gerais, lutar contra o neoliberalismo.
Para o jornalista Thierry Meyssan o movimento Nuit debout, acabado de criar em França mas já existente em Espanha e na Alemanha, ambiciona fazer frente à Lei El-Khomri relativa à reforma do código de trabalho e, em termos mais gerais, lutar contra o neoliberalismo.
Também, segundo
o jornal Figaro do passado dia 4 de Abril
« Na origem deste movimento disparatado, dinâmico mas sem lideres,
está o jornal Fakir e o seu director François Ruffin, (nota minha - não por
acaso, autor do filme atrás referido). Longe de ser expontâneo, este movimento organizou-se a partir de 23 de
Fevereiro ». Um estudo atento das características
destes movimentos que se pode fazer a partir da sua declaração inicial, das
acções enunciadas no sites sobre as
discussões por estes dias na Praça da República, filia-os na série de
"movimentos" que a equipa do agente da CIA Gene Sharp.
O pessoal recrutado para dar andamento às acções previstas no livro, que vão até à rebelião e tomada de poder, já esteve por detrás de acontecimentos importantes como, em 2011, os da Primavera Árabe (Tunísia, Líbia, Egipto, tentativas na Síria e Venezuela), em África com uma tentativa também nesse ano em Angola (a que já nos referimos), o golpe na Ucrânia, em 2o12, a tentativa em curso no Brasil (aqui com muitas características da pinochetada de 1973), e ainda outros.
Os próprios
organizadores reconhecem que o movimento 15M não nasceu em Paris. No seu
manifesto fundador, as suas solidariedades e identificações são para com a
primavera árabe, a Praça Tahir, ou o Parque Ghezi, o que os relaciona com movimentos
criados ou apoiados pela CIA, projectos do Departamento do Estado, todos virados para
substituir governos seculares árabes pela Irmandade Muçulmana. Em Espanha este
movimento 15M aparece ligado às instituições europeias, quando forças políticas
espanholas criticam a política económica destas.