Na semana passada a França
teve de reconhecer que estava a operar militarmente na Líbia quando três
militares seus morreram na queda de um helicóptero. O governo francês falou de
uma missão de espionagem muito perigosa que tinha sofrido um acidente. Porém, o
ataque foi reivindicado pelas Brigadas de Defesa de Benghazi, milícia islamita
próxima da Al-Qaeda.
O míssil terra-ar SA-7 e as
armas automáticas usadas pelos jihadistas tinham sido roubadas às forças do
general Haftar, antigo general de Kadhafi, agora apoiado pela França, e homem
forte da zona oriental do país que se opõe ao governo de Tripoli aí colocado
pelos países da NATO. Esses países – os EUA, a Inglaterra , a Itália e a
Espanha – cooperam com a França numa zona que será de coutada sua e que inclui
a Mauritânia, o Mali, a Nigéria, o Chade e o Burkina Faso (operação “Barkhane”).
A ONU expressou as suas
preocupações com a conquista de Sirte pelo Estado Islâmico, onde estarão entre
2 e 5 mil jihadistas.
A França, que em 2011 estava
na linha da frente da intervenção militar da NATO para derrubar Kadhafi, está
confrontada com um país que se transformou um grande mercado de armas, muito
abrangente e poderoso como revelou a capacidade de fogo de rebeldes e
jihadistas do Mali. Obama classificou essa operação da NATO “como o seu maior
erro em termos de política externa” e o Ministro dos Estrangeiros russo,
Lavrov, referiu que a violação do mandato do Conselho de Segurança sobre a zona
de exclusão aérea poderia ter como consequência que a morte de Kadhafi pudesse ser
julgada como “crime de guerra”, tanto mais que um conselheiro especial junto da
Presidência da República Francesa, Robert Dulas, confirmou que Kadhafi já tinha
aceitado deixar o poder antes da intervenção.
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