O senado brasileiro votou o impeachment de Dilma, interrompendo um mandato presidencial conquistado com 54 milhões de votos, e sem que haja acusação alguma contra ela.
As declarações dos senadores foram no essencial de discordância em relação às políticas do governo, poucos se referindo à suposta infracção da obtenção de um avanço bancário para o estado poder assumir um compromisso para com os mais pobres. À falta de indicação de qualquer "crime de responsabilidade", única razão jurídica para a demissão, de acordo com a Constituição, houve senadores que embrulharam um pacote de razões para votarem sim que incluía a crise económica, o desemprego, a difícil personalidade de Dilma e a sua a falta de humor e de diálogo, entre outros motivos, num flagrante desrespeito aos princípios constitucionais.
A senadora baiana Lídice da Mata, do PSB, na sua intervenção ontem referiu que "o processo padece de outro componente corrosivo da atividade política – a conspiração. Ao contrário do que fez no passado o vice-presidente Itamar Franco, quando do impeachment do presidente Collor, que se recolheu ao silêncio e à discrição até o julgamento final do Senado Federal, o vice-presidente atual transformou o Palácio do Jaburu num comitê eleitoral pró-impeachment, arregimentando votos de deputados em troca de promessas, benesses, espaços e cargos, a que hoje nós assistimos nos jornais”.
As declarações dos senadores foram no essencial de discordância em relação às políticas do governo, poucos se referindo à suposta infracção da obtenção de um avanço bancário para o estado poder assumir um compromisso para com os mais pobres. À falta de indicação de qualquer "crime de responsabilidade", única razão jurídica para a demissão, de acordo com a Constituição, houve senadores que embrulharam um pacote de razões para votarem sim que incluía a crise económica, o desemprego, a difícil personalidade de Dilma e a sua a falta de humor e de diálogo, entre outros motivos, num flagrante desrespeito aos princípios constitucionais.
A senadora baiana Lídice da Mata, do PSB, na sua intervenção ontem referiu que "o processo padece de outro componente corrosivo da atividade política – a conspiração. Ao contrário do que fez no passado o vice-presidente Itamar Franco, quando do impeachment do presidente Collor, que se recolheu ao silêncio e à discrição até o julgamento final do Senado Federal, o vice-presidente atual transformou o Palácio do Jaburu num comitê eleitoral pró-impeachment, arregimentando votos de deputados em troca de promessas, benesses, espaços e cargos, a que hoje nós assistimos nos jornais”.
No Senado, a votação foi por 55 votos contra 22, sendo que 49 dos 81 senadores enfrentam acusações de corrupção ou outros crimes graves. O que não se passa com Dilma. Nem se passou com Lula.
Temer que usurpou a presidência, também tem acusações pendentes desse tipo. E é um personagem repudiado por grande maioria da população, pelo que o seu estilo de vida representa e por não ser investido pelo voto popular.
Na operação Lavajato e noutras operações policiais foram apanhados nas malhas dezenas de políticos e empresários, envolvidos em actos de corrupção, sendo que todos eles pertencem aos partidos que se opuseram e fizeram cair o governo. O golpe contra Dilma também pretendeu apagar o impacto desta e de outras operações.
Durante as intervenções dos senadores ontem à noite, no exterior manifestavam-se apoiantes de Dilma, de extracção claramente popular e um grupo de pessoas vestidas ao jeito das classes altas. A polícia carregou contra os apoiantes de Dilma, batendo, subjugando e projectando gás pimenta.
A resistência organiza-se. Por aqui nós lhe prestaremos a nossa solidariedade.