O Conselho Europeu da Agricultura
de ontem dedicou-se á questão do leite. Como sempre dominado, pelos
países mais fortes que garantem condições de escoamento aos seus produtos,
decorreu, sob a "lógica do mercado" em que sobrevivem uns e outros
são inexoravelmente liquidados. Os seus resultados são um sério golpe nas
expectativas dos produtores portugueses.
A defesa da economia de cada país
carece que a produção nacional seja defendida e protegida dos burocratas de
Bruxelas. E o governo deve defender os produtores nacionais. O Conselho só
tratou do leite mas as mesmas considerações são feitas ao mercado da carne.
São necessárias
medidas concretas no âmbito europeu e nacional que restaurem um nível mínimo de
sustentabilidade económica da produção de leite. E há que tomar medidas quanto
aos donos da distribuição que estão a contribuir para a ruína da produção já
que os preços de venda ao público não refletem os seus custos.
A questão complicou-se como fim das quotas leiteiras na UE em 2015 e a ausência de um mecanismo alternativo e o início do embargo russo aos produtos comunitários, em resposta ao embargo que a UE decidiu à Rússia, devido à situação na Ucrânia. Também alguns mercados tradicionalmente importadores, particularmente a China, assim como os países produtores de petróleo, reduziram significativamente as encomendas como resultado da quebra de receitas que tiveram na sequência da descida dos preços do crude imposta pelos maiores produtores de petróleo e que têm causado grandes quebras de receitas a países como Angola, Brasil, Rússia e Venezuela que são obrigados a ver os respetivos crescimentos económicos e desenvolvimentos internos atrasados de forma sensível e consequências nas relações com terceiros.
A incapacidade do mercado em absorver o aumento descontrolado da oferta de leite e de carne na Europa, levou a uma quebra abrupta dos preços à produção e, a uma redução dramática dos rendimentos dos produtores nacionais.
Quanto às “nossas” muito cotadas empresas de distribuição, mantiveram a importação de sobras de leite e produtos lácteos da EU, apesar do nosso país ser autossuficiente em termos estruturais.
Durante o ano de 2015, Portugal importou 480 milhões de euros de leite e produtos lácteos, em particular por via das marcas das grandes superfícies, quando existem capacidades produtivas e industriais subaproveitadas em Portugal. A opção pela produção estrangeira da grande distribuição (Continente, Pingo Doce, Jumbo, etc.), que a vende a preços inferiores aos oferecidos pela produção nacional, é feita frequentemente sem identificação de origem.
A questão complicou-se como fim das quotas leiteiras na UE em 2015 e a ausência de um mecanismo alternativo e o início do embargo russo aos produtos comunitários, em resposta ao embargo que a UE decidiu à Rússia, devido à situação na Ucrânia. Também alguns mercados tradicionalmente importadores, particularmente a China, assim como os países produtores de petróleo, reduziram significativamente as encomendas como resultado da quebra de receitas que tiveram na sequência da descida dos preços do crude imposta pelos maiores produtores de petróleo e que têm causado grandes quebras de receitas a países como Angola, Brasil, Rússia e Venezuela que são obrigados a ver os respetivos crescimentos económicos e desenvolvimentos internos atrasados de forma sensível e consequências nas relações com terceiros.
A incapacidade do mercado em absorver o aumento descontrolado da oferta de leite e de carne na Europa, levou a uma quebra abrupta dos preços à produção e, a uma redução dramática dos rendimentos dos produtores nacionais.
Quanto às “nossas” muito cotadas empresas de distribuição, mantiveram a importação de sobras de leite e produtos lácteos da EU, apesar do nosso país ser autossuficiente em termos estruturais.
Durante o ano de 2015, Portugal importou 480 milhões de euros de leite e produtos lácteos, em particular por via das marcas das grandes superfícies, quando existem capacidades produtivas e industriais subaproveitadas em Portugal. A opção pela produção estrangeira da grande distribuição (Continente, Pingo Doce, Jumbo, etc.), que a vende a preços inferiores aos oferecidos pela produção nacional, é feita frequentemente sem identificação de origem.
É de reter o que escreveu há dias
o presidente da CNA:
“A crise do Leite e da Carne está mais uma vez a pôr a nu a
“irracionalidade” deste sistema que é esta PAC, dentro desta UE. Bom, dissemos
“irracionalidade” mas, de facto, este sistema é assim porque “alguém” quer que
assim seja. É que há os interesses dominantes do sistema – as multinacionais e
outras grandes empresas do agro-negócio --, há os respectivos mandantes…e há os
seus “executivos” no caso a maioria dos governantes assessorados pelo exército
de burocratas que enxameiam as Instâncias nacionais e sobretudo as Instâncias
comunitárias. É assim como que uma “fileira integrada” – a funcionar estilo
rolo compressor - a confluir para a destruição - programada - das pequenas e
médias Explorações Agro-Pecuárias. Ou seja, o sistema não é “irracional. É
perverso e implacável, isso sim. “ In http://www.cna.pt/