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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Em 8 e 9 de Julho, a NATO vai dar um passo de gigante em direcção a uma guerra mais generalizada

No passado dia 19 de Maio o Guardian noticiou a prisão do político polaco Andrzej Mateusz Piskorski.
Piskorski é o presidente de um novo partido do seu país que fundou em Fevereiro do ano passado, o Zmiana (Mudança), que pretende ser uma plataforma de esquerda, que luta pelas causas sociais, anti-capitalista, anti-imperialista e pacifista.

Professor universitário, publicista e jornalista, publicou já depois da sua prisão um artigo intitulado “A guerra contra a História, uma campanha da NATO de longo prazo” que começava com as afirmações seguintes “Varsóvia acolherá a cimeira de Chefes de Estado e de Governo da NATO, que vão realizar uma reunião do Conselho do Atlântico Norte, nos dias 8 e 9 de Julho de 2016. Esta 25ª cimeira da aliança atlântica irá aprofundar o acordo concluído em 2014 em Newport. No essencial irá tratar da instalação no leste da Europa a Força de Intervenção Rápida para defender flanco oriental da aliança. O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Witold Waszczykowski, já avisou que durante esta cimeira se vai anunciar a instalação em território polaco de bases militares permanentes dos EUA e da NATO”. O território da Rússia encontra-se praticamente cercado de bases militares e mísseis a ele apontados (Letónia, Estónia, Lituânia, Polónia, Hungria, Eslováquia, Roménia, Bulgária e Turquia). Mais a Oriente o mesmo se passa relativamente ao território da República da China.

Um cerco que se aperta
 
O que arrisca a Humanidade com esta cimeira é um passo de gigante em direcção a uma guerra mais generalizada do que as que temos vivido longe da nossa parte.
Um analista checo, Martin Koller, afirmava recentemente de forma preocupada: “Estou convencido de que uma guerra contra a Rússia (…), inesperada e preventiva, é o objetivo dos EUA, que procuram realizar a hegemonia mundial. A maioría das bases militares norte-americanas estão instaladas de maneira a ter como objectivo a Rússia e a China, e ao mesmo tempo protegerem os recursos petrolífereos do Médio Oriente (https://goo.gl/nzaAmB)”. Segundo Koller umaa guerra nuclear é realizável, e “terá maiores impactos na Ucrânia, nos países Bálticos, Noruega, Polónia, Grã- Bretanha, Alemanha, Holanda e Bélgica, já que é nesses países que estão instaladas a maior parte das bases da NATO”. 
Depois de cerca de vinte anos, temos vivido em guerras permanentes promovidas pelas grandes potencias“ocidentais”, directamente ou através de diferentes grupos terroristas, com os quais se escandalizam, que dizem combater, com resultados muito pouco visíveis mas que continuam a ser armados e reforçados em pessoal mercenário por eles treinado. Já na Síria, sem que as autoridades sírias o tivessem solicitado estão contingentes norte-americanos e franceses, no norte, a pretexto do apoio aos curdos e a grupos “rebeldes moderados”.
A estas guerras somam-se outras de natureza económica e financeira. A nova crise do capitalismo de 2007/8, que espalhou o caos só contido com o esforço da China, atingiu todo o mundo. O crescimento económico tornou-se anémico ou negativo ma maioria dos países. Na União Europeia a situação é má e piora com os planos de reestruturação impostos a vários países mais pequenos para garantir os déficites que não são exigidos aos países mais fortes. Esta União Europeia desagrega-se enquanto os seus dirigentes continuam a aceitar o papel de apoiantes dos projectos delirantes dos EUA, ao mesmo tempo que vão depreciando o euro, que insistem no Tratado Orçamental, na União Monetária, como caminhos para aprovar em segredo a não menos delirante  TTIP – Parceria Trans-Atlântica parra o Comércio e Investimento.
A Comissão Europeia quer trazer-nos o animal cá para dentro

O esmagamento do Brasil, da Venezuela, da Rússia e de outros países que contam com a exportação do seu petróleo como importante contributo dos seus orçamentos, a serem seriamente atingidos pela quebra drástica dos seus preços de venda combinada pelos EUA e a Arábia Saudita.
Vias alternativas têm sido tentadas pela China, Rússia, os BRICS em geral e a América Latina. É certo com dificuldades momentâneas na América Latina. A alternativa às condições leoninas impostas para a assistência do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional estão a fazer progressos. A libertação do dólar como moeda que comanda as condições das trocas está já a ser realizada nalgumas relações bilaterais e multilaterais.
Os conceitos geo-estratégicos de domínio do mundo pelos EUA incluem cercear à Europa a possibilidade de se abrir comercialmente à Rússia e à Ásia (inviabilizar a Eurásia ou a recreação da Rota da Seda – ponte de relações mutuamente vantajosas, como na Antiguidade, dos povos e estados desta região, actualmente erigida como política da China). Este cercear de relações inclui a troca de bens, a circulação destes e das pessoas, incluindo o fornecimento de gás natural e outros hidrocarbonetos.
Presença militar dos EUA no mundo
O desenvolvimento dos países é uma forma muito importante para que as respectivas populações se oponham à guerra. Não foi por acaso que o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria, foram arrasados. A administração dos EUA, e a Comissão Europeia, atrás de si à arreata, sabem porque que o fizeram.
Não é inevitável que tenhamos um caminho de via única, como  não tivemos de pensamento único.