Hoje é o primeiro dia do novo governo. Não caiu a Senhora do altar porque as aparições de 1917 já não dizem muito aos crentes. As gaivotas não fugiram e não se aguarda nenhuma tempestade. As tradições já não serem o que eram foi vinho que não azedou. Os "mercados", apesar de gostarem muito de nós não ficaram agitados com a filoxera vermelha. Nem as taxas de juro se prantaram num vade retro às medidas sociais. Alguns (poucos) empresários, alguns dos banqueiros e alguns industriais que já o foram adivinharam catástrofes que apenas ocorreram nos seus espíritos. A Comissão Europeia até compreendeu o atraso no Orçamento, talvez para não criticar Cavaco que perdeu a Duracell a meio do processo de formação do governo. A minha vizinha de cima continua a bater com os saltos no chão do quarto e não faltou energia no prédio. A minha neta que chegou a envergonhar-se com alguns palavrões da nova oposição já lhes perdoou. Mas o Cavaco tinha que espirrar do alto da sua pequenez. Enfim, coisas. O pessoal agora está confiante em melhores dias. Vamos a isso, pois.