O Trident Juncture 2015 - o maior exercício NATO desde 2002 - está a decorrer em Constância e Vila Nova da Barquinha, para além de outras localidades portuguesas, até 6 de novembro, tendo começado hoje a fase do exercício que envolve o recurso a fogo real, com o "resgaste de uma nação amiga da NATO" da ocupação inimiga, e com a travessia do rio Tejo para se alcançar o ponto que centraliza as operações de libertação.Continuar a ler aqui.
Em declarações à agência Lusa, o capitão Pedro Coelho, Comandante da Companhia de Pontes portuguesa, disse que, "na fase da ofensiva", que hoje teve início, "existe um obstáculo natural (rio Tejo) que tem de se transpor, tendo as forças de manobra vários sítios de transposição, sendo que dois deles são assegurados pelas companhias de pontes portuguesas e alemã".
Segundo observou o militar, "os equipamentos em causa são diferentes e têm capacidades diferentes", tendo as viaturas anfíbias alemãs, as M3, de última geração, capacidade flutuante para criar pontes até 300 metros de comprimento. As portuguesas, mais antigas, têm capacidade de até 82 metros".
No caso da ligação de Almourol (em Vila Nova da Barquinha), ao Arripiado, no concelho da Chamusca, a ponte flutuante está a ser assegurada pela companhia de pontes portuguesa. A companhia alemã instalou, a jusante daquele ponto, 20 viaturas flutuantes M3 para criar uma ponte que permita a transposição dos 230 metros que o rio ali mede, em comprimento.
Em declarações à Lusa, o Major João Pais, Oficial de Operações do Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMEC) disse que o exercício visa "intervir e repor as fronteiras no âmbito da invasão de um país fictício pertencente à Aliança (NATO), sendo que, para tal, é necessário fazer a travessia do Tejo com pontes flutuantes instaladas para o efeito".
O Batalhão Português esteve hoje de manhã com a missão de assegurar a segurança na ponte da Chamusca, por onde circula a grande maioria das viaturas militares. O exercício contemplou um ataque NBQR (Núclear, Biológico, Químico e Radiológico) à coluna, seguido da respetiva descontaminação.
No âmbito deste exercício internacional, Portugal, como nação hospedeira, está a participar com cerca de três mil militares, entre os quais 940 pertencem à NRF16 (1 Fragata, 200 militares, 1 Batalhão de Infantaria Mecanizado, 600 militares, 6 Aeronaves F16, 140 militares) e cerca de 700 viaturas militares (táticas).
Na totalidade, estima-se que em território português haja cerca de 10 500 militares (nacionais e estrangeiros) envolvidos no Trident Juncture 2015 (TRJE15).
"Estamos muito bem (as forças militares portuguesas) perante as capacidades de outras unidades que connosco têm estado a trabalhar no âmbito deste exercício internacional", disse à Lusa o Tenente-Coronel Pedro Barreiro, que destacou a "capacidade de adaptação e a determinação na execução de tarefas" por parte dos militares portugueses.
"Estamos claramente ao nível do que melhor se faz em termos militares ao nível internacional", destacou o Comandante do Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMEC).

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