A França é nestes dias a principal potência que propõe
a derrota da República árabe síria. Entretanto A Casa Branca
e o Kremlin realizam reuniões reservadas para encontrar a maneira de se desembaraçarem
dos jihadistas. Paris continua a acusar o “regime de Bachar” de ter criado o
Daesh (!) e declara que depois de eliminar o Estado Islâmico, há que acabar com
a “ditadura alaouita” (ramo do xiismo em que se filia Bachar). Neste objectivo
a França está acompanhada pela Turquia, a Arábia Saudita e pelos serviços secretos
de Israel. Para eles a saída do presidente sírio é condição obrigatória
para conseguir uma eventual solução política no conflito que dilacera este país
árabe desde 2011.
Nas vésperas do início deste conflito, em 2010, a Síria mantinha-se dependente dos setores petrolífero e agrícola. O petróleo era então responsável por cerca de 40% das
receitas das exportações.
E várias expedições marítimas comprovaram que existem grandes reservas de
petróleo no fundo do mar Mediterrâneo, entre a Síria e Chipre.
Os extremistas do Estado
Islâmico (ISIS), criaram um auto-denominado califado no nordeste da Síria, tomando conta da maioria dos campos de
petróleo do país, que se encontram principalmente nesta região. Isso privou
Damasco de uma das suas principais fontes de divisas, quando estava empobrecido
pela diminuição das exportações e a luta em todo o país.
O
governo sírio tem acusado o ISIS e a Jabhat al-Nusra, ou
Frente al- Nusra, filial síria da al-Qaeda , de perfuração clandestina, de
roubar o petróleo e o vender para reduzir os preços em países vizinhos,
principalmente na Turquia, para financiar as suas operações. Os números do
Ministério do Petróleo sírio mostram que mais de 20 poços de petróleo foram
incendiados, enquanto 128 outros foram roubados. Os números também apontam para
cerca de 8,5 mil milhões de barris que estão a ser roubados numa média diária
de cerca de 40.000 barris. A acção da França e da Inglaterra tem alguma coisa a ver com a compensação aos regimes árabes do Golfo do pagamento das campanhas eleitorais de Holande e Cameron mas também vem na linha de atitudes colonialistas de há mais de um século.
Com Estados Unidos a dar-lhes apoio, vários países europeus (França e Reino Unido) e alguns governos do Médio Oriente (Turquia e Arábia Saudita), insistem na saída do presidente sírio como condição para conseguir uma eventual solução política ao conflito que sofre este país árabe desde 2011.
Querem
enganar-nos quando falam de uma "guerra civil",
quando na realidade a Síria resiste e enfrenta uma agressão internacional, onde
participam mercenários de mais de 50 países, financiados, armados e treinados,
entre outros, pela França a Turquia e a Arábia Saudita. Também não referem às
discussões de paz surgidas no calor da crise, que levou à mesa de negociações o
governo de Damasco e os principais agrupamentos políticos opositores que dentro
do país também repudiam a intromissão estrangeira nos assuntos internos sírios.
Com a decisão adotada pela
Federação Russa, de aceitar a solicitação formal de ajuda militar feita pelas
autoridades de Damasco, caiu o mito da coligação internacional liderada pelos
Estados Unidos, que em mais de um ano de bombardeios sistemáticos, pouco
fizeram contra os grupos terroristas nos territórios da Síria e do Iraque
enquanto a ocupação territorial do ISIS alastrava.
A presença russa na Síria tirou do caminho os verdadeiros
gestores do conflito, que até ao momento tinha custado a vida de 250 mil
pessoas e que agora procuram parar a ação militar do gigante euro-asiático, que
está decidido a pôr fim, em cooperação com o exército sírio, a este brutal
flagelo.
Para além dos salões de reuniões europeus, a NATO não passa de vagas declarações ameaçadoras. Os Estados Unidos retiraram seus mísseis Patriot da Turquia, e na União Europeia começam a ouvir-se outras vozes que buscam terminar este calvário. Enquanto o exército sírio, apoiado pelos temíveis aviões de combate russos, continua a sua ofensiva contra o terrorismo, empenhado em devolver a paz ao seu povo.
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