Nas últimas semanas não pararam de
actuar diferentes actores com influências diversificadas, por vezes
contraditórias, nos cenários políticos internacionais, para permitir
identificar uma linha dominante futura, uma tendência uniforme, aspecto
frequentemente desejado por analistas mas raramente verificáveis na realidade.
A confrontação entre diferentes
sectores
da administração norte-americana e a tentativa do seu impeachment de Trump por Obama e sectores dos partidos democráticos e republicanos mais belicistas, as relações entre as duas Coreias e da Coreia do Norte com os EUA, a expansão da influência da China na economia e infraestruturas da Ásia, África e América Latina, as tensões e fragmentação dentro da União Europeia, a campanha dos sectores mais conservadores da Igreja contra o Papa Francisco e o esforço permanente de alguns governos para apoiarem terroristas que fazem tardar o fim da guerra na Síria e as tensões no Médio Oriente, as eleições dentro de dias no Brasil, são alguns dos factores que influenciam tendências de evolução.
da administração norte-americana e a tentativa do seu impeachment de Trump por Obama e sectores dos partidos democráticos e republicanos mais belicistas, as relações entre as duas Coreias e da Coreia do Norte com os EUA, a expansão da influência da China na economia e infraestruturas da Ásia, África e América Latina, as tensões e fragmentação dentro da União Europeia, a campanha dos sectores mais conservadores da Igreja contra o Papa Francisco e o esforço permanente de alguns governos para apoiarem terroristas que fazem tardar o fim da guerra na Síria e as tensões no Médio Oriente, as eleições dentro de dias no Brasil, são alguns dos factores que influenciam tendências de evolução.
Referimo-nos aqui hoje a dois
deles.
Há cerca de um mês, na parte terminal da guerra contra a Síria, em
que os terroristas foram sucessivamente mortos, fugiram para outro países ou se
acantonaram na cidade de Idlib, concertaram-se as vontades de governos de
vários países da NATO para fazerem, de novo, a História andar para trás.
Mas em cimeira do passado dia 16
entre Vladimir Putin, e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, ambos
concordaram na instauração de uma “zona desmilitarizada” na província síria de
Idlib, que será patrulhada pelas polícias militares turca e russa.
A zona desmilitarizada, que deve
ser criada antes de 15 de Outubro, vai separar as posições das forças
governamentais e das milícias da oposição, e terá uma extensão entre 15 a 20
quilómetros.
O MI6 do Reino Unido, sob a
direção de Theresa May começou a encenar a vitimização de crianças num falso
ataque químico.
Operacionais da sociedade Olive
foram enviados para o local e armas químicas foram encaminhadas para a
província de Idlib. Os Capacetes Brancos raptaram 44 crianças. O MI6 previa
sacrificá-las e atribuir o seu assassínio a um ataque químico do Exército Árabe
Sírio contra os «rebeldes».
O MI6 havia antecipadamente
organizado a difusão desta intoxicação a partir do testemunho futuro de uma
criança que chamou de Hala. Criou uma conta de Twitter em seu nome, a 29 de
Julho, e uns trinta média subscreveram-na de imediato, esperando o seu
sinal para começarem a operar “Eyes on
Idlib” (“Olhos sobre Idlib”). Entre estes conta-se a BBC, a Radio Europa Livre/
Rádio Liberdade, o BuzzFeed et oThe Huffington Post. Tudo gente insuspeita…
Simultaneamente, o Pentágono
deslocou para o Golfo o contra-torpedeiro The Sullivans com 56 misseis de
cruzeiro a bordo e enviou um bombardeiro estratégico В-18 equipado com 24
misseis de cruzeiro terra-ar para a base aérea Al-Udeid no Catar.
Se a responsabilidade da Primeira-ministra
britânica Theresa May está clara em relação aos actos do MI6, ignora-se quem
ordenou o destacamento militar dos EUA…onde o desrespeito pelas ordens do
Presidente é requente nos serviços secretos e CIA. Emmanuel Macron, sempre a
reboque justificou a retoma da guerra perante os seus embaixadores reunidos em
Paris
Os autores deste plano sabem
muito bem que já perderam a guerra se a considerarmos unicamente de um ponto de
vista sírio. O seu novo objectivo parece ir bem para além disso. Trata-se para
eles de provocar um conflito com a Rússia; isto é, uma guerra que se tornaria
rapidamente mundial.
A Síria e a Rússia reagiram
revelando os factos porque os seus serviços secretos não andam a brincar…E, por
seu lado a Rússia reforçou a sua presença militar ao largo da Síria, realizando
mesmo grandes manobras militares
O Departamento de Estado acabou
por enviar o Embaixador James Jeffrey, e um oficial da inteligência militar
para acalmar os países da região e garantir a todos os seus interlocutores que
Washington não se preparava para bombardear a Síria com um pretexto fabricado.
O parlamento alemão rejeitou a
participação de Berlim numa agressão ocidental contra Damasco, contrariando a
tendência da Ministra alemã da Defesa. Esta questão causou divisões na
coligação que governa a Alemanha, com o SPD a descartar qualquer envolvimento
em tal interferência, a menos que fosse aprovada pelas Nações Unidas. A
Alemanha está sob pressão dos Estados Unidos para aumentar seus gastos com
defesa e assumir mais responsabilidades no âmbito da NATO.
Tudo isto aconteceu em simultâneo
com uma grande pressão sobre a Síria e a Rússia para não bombardearem Adlib ou,
pelo menos, para evitarem mortes civis, e para abrirem saídas de fuga
humanitárias da cidade e da região (Adlib é capital de uma região com o mesmo
nome), com apoio aos refugiados de maneira a não deixarem degradar
excessivamente as suas condições. Idênticos cuidados foram tomados na
reconquista de outras cidades, apesar das encenações dos capacetes brancos da
Sra May.
Por cá os Senas Santos e tantos
que tais foram verdadeiras carpideiras por uma causa não verificável no
terreno, verdadeiros capacetes brancos ao serviço do MI5.
A Turquia é vizinha de Adlib e
quer evitar refugiados. Por outro lado apoiou até agora um dos movimentos de
oposição (a que chama moderado mas que se misturou já tanto com os outros que
nenhum se distingue do outro…). O PKK já não é um movimento curdo que confiras
perigosidade para a Turquia desde que se vendeu a serviços secretos ocidentais.
Estes grupos fustigaram, de forma
imprudente as forças sírias como que a pedir resposta e destruíram mesmo quatro
pontes para impedir a população de fugir, acentuando nesse gesto o carácter de
reféns que tinha para com elas.
No passado 18 de Setembro, os presidentes das duas Coreias voltaram a
reunir-se para implementar a Declaração de Panmunjom para a paz, a
prosperidade e a reunificação da península da Coreia. Dois dias depois do
fogoso John Bolton ter feito saber que um segundo encontro Donald Trump-Kim
Jong-un, desejado pela Coreia do Norte, dependeria do cumprimento por esta da
promessa da desnuclearização. Os dois chefes de Estado debateram agora a
desnuclearização da península coreana e a possibilidade de retoma do diálogo
entre a RPDC e os EUA.
Foi a terceira vez que os dois
líderes coreanos se reuniram este ano, depois dos encontros de 27 de Abril e de
26 de Maio.
Na cimeira de Abril passado, Kim
e Moon assinaram a Declaração de Panmunjom, visando alcançar a desnuclearização
da península da Coreia, pôr fim às ações hostis de parte a parte, recomeçar as
reuniões das famílias separadas pela guerra (1950-1953) e melhorar as relações
bilaterais entre Pyongyang e Seul.
As imagens históricas do encontro
de 13 de Junho entre os presidentes dos EUA e da Coreia do Norte ainda estão
vivas na memória do mundo.
Para o presidente Donald Trump
reunião foi perfeitamente positiva, chegando a postar no seu regresso a
Washington: “A ameaça nuclear da Coreia do Norte não existe mais”. “Durmam bem
esta noite”. Mas onde Trump viu apenas vitórias, a generalidade da grande
imprensa que se lhe opõe apontou para incertezas e Obama quase lhe chamou
traidor. Por outro lado, imprensa da Coreia do Norte sublinhou que conseguiu
importantes concessões dos Estados Unidos, como o fim dos exercícios militares
conjuntos com a Coreia do Sul e a eliminação gradual das armas nucleares. E
afirmaram que os Estados Unidos poderiam suspender as sanções contra a Coreia
do Norte se a relação entre dois países melhorasse. O secretário de Estado,
Mike Pompeou, reconheceu que ainda há muito trabalho pela frente para acabar
com as armas nucleares da Coreia do Norte. Irritado com as críticas da imprensa
americana, Trump chegou a afirmar que “O grande inimigo do nosso país são as fake news”.
Já antes da primeira cimeira
entre as duas Coreia que se viria a realizar realizar em Panmunjon, na zona
desmilitarizada da fronteira comum, o líder de Pyongyang declarou o fim de
"todos os ensaios nucleares e do lançamento de mísseis balísticos
intercontinentais. A viragem ocorreu no discurso de Ano Novo de Kim, em que
este se apresentou disposto ao diálogo com a Coreia do Sul e abriu caminho à
participação do seu país nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pyongiang,
realizados em Fevereiro no sul, o que veio a suceder. Na imediata sequência dos
Jogos, nos quais estiveram presente o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike
Pence, e a filha do presidente Donald Trump, Ivanka, Kim sugeriu a realização
de uma cimeira com o dirigente americano.
É conhecido nos meios diplomáticos
que a prioridade de Kim não era o desenvolvimento do alcance dos seus mísseis
nucleares mas, sim, o desenvolvimento da economia nacional, o progresso
económico, chegar à normalização de relações com outros Estados e o
reconhecimento da comunidade internacional.
Com uma economia sujeita a
sanções internacionais, e dependendo de mercados paralelos e noutros meios para
se equipar na maioria dos sectores, a Coreia do Norte sofreu enormes bloqueios
económicos que lhe limitaram o seu desenvolvimento.
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