Mário Draghi anunciou há dias que o BCE vai abandonar em duas fases até ao final deste ano a compra de dívida soberana dos países da UE e que as taxas de juros baixas só se manterão baixas até Agosto de 2019. Ontem veio a Sintra a um forum do BCE em Sintra insistir nessa orientação apesar de diferentes economistas e reponsáveis de bancos centrais terem expresso dúvidas sobre elas (remeto o çleitor para uma peça assinada hoje no Publico por Sérgio Aníbal).
A compra de activos seria para estimular o crédito para ajudar as economias. Num ambiente que nos quer criar receios quanto ao futuro, na sequência de uma revisão em baixa do crescimento na UE de 2,4% para 2,1%, da subida do preço do petróleo e na expectativa da “guerra” comercial com os EUA. E deixando tudo na incerteza de alterações num sentido ou noutro das economias…
A taxa de empréstimos aos bancos está a ser de 0% e de -0,25% nos depósitos dos excedentes de liquidez desses bancos no BCE.
A taxa de empréstimos aos bancos está a ser de 0% e de -0,25% nos depósitos dos excedentes de liquidez desses bancos no BCE.
Mas já houve a amarga experiência de isto ter sido feito com bancos que “não estavam saudáveis”, que se descapitalizaram, que beneficiaram desse programa de apoio. Mas isso não teve reflexo no crédito para o investimento mas apenas no consumo para o endividamento crescente das famílias, situação que agora, sem a banca ter resolvido os seus problemas, se acentuará, não contribuindo para criar emprego nem para fazer crescer a economia (apesar da inflação já aí estar sem a economia a crescer…), mas dirigindo as suas orientações para a especulação e para o aumento do preço dos activos, podendo nesta a criar novas bolhas que rebentarão como a do subprime em…E como a banca se porta mal, em estreita articulação com a especulação dos grandes grupos económicos e financeiros do “mundo ocidental”, não faltará o dia em que o BCE voltará a interpelar os países-membros a garantirem nova capitalização da banca…
Para alguns comentadores isto seria um aviso para o regresso a uma “normalidade do mundo capitalista” do crescimento contínuo das taxas de juro. Só que uma vez mais sem crescimento da economia…E seria uma forma de conciliar de posições opostas em que, dum lado, se destaca a Alemanha que se opõe à compra de dívida porque tem a economia a crescer (essencialmente pública…para estimular a economia) e do outro se encontram países como a Itália mas também como Portugal.
Os comentadores querem-nos fazer crer que isto é um aviso de que pode vir aí o “fim da bonança”…Bonança? Qual? Onde? Trocando em miúdos aquilo a que estes comentadores querem abrir caminho é: nada de aumento de despesas com salários, reformas, ajustamento de carreiras, recuperação de anos perdidos para elas, nada de investimentos na saúde, educação, transportes públicos,etc
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