Um grande escultor e professor da
Escola António Arroio, o Vasco Pereira da Conceição, com obras por exemplo nos
jardins e lago do Parque Eduardo VII, companheiro de outra escultora, a Maria
Barreira, (1914-1992), esculpiu-o em gesso. Era uma peça que teria uns
50x30x50cm, com cerca de 10 kg de peso. Veio de carro e entrou pela porta da
Av. Rovisco Pais.
Foi colocado inicialmente no muro
que separa os pavilhões de Química e Minas do campo de jogos da AEIST. O
director de então, Fraústo da Silva não o soube ou decidiu não tomar nenhuma
atitude. Alguém o terá metido, posteriormente no cimo do armário, na sala de
biblioteca/ reuniões da AEIST, o que certamente inspirou alguns pensamentos aos
muitos estudantes que lá reuniam. Outro alguém o mutilaria mais tarde e acabou
por sair de lá, não sei para onde.Um outro camarada do Técnico, mas que integrava outro organismo do Partido foi encarregado de produzir e distribuir pequenos panfletos com o rosto do Lenine e as palavras, se bem se recorda: “ Por comemorações no Técnico”.
Estes pequenos panfletos (tamanho A5?) produziram alguma preocupação na Direcção da AEIST. Numa reunião de colaboradores o assunto foi abordado e este camarada recorda um dirigente da associação declarar, então, com ar de entendido, que devia ser coisa da Legião pois o panfleto teria sido feito em stencil electrónico…
Para ele fora a glória nas lides
do Agit-Prop. De facto tinha sido utilizado um duplicador manual, que ele e
outros tinham construído e que não funcionava lá muito bem (o rolo era um
vulgar. “rolo da massa” revestido com uma câmara de ar de bicicleta). O desenho
foi preparado por ele (que confessa não ter grande
jeito) por decalque do contorno de uma fotografia, com uma esferográfica
directamente sobre o stencil que se apoiava numa capa de plástico rugoso (daí o
ar de stencil electrónico).
Não se recorda se usaram o
duplicador para algum outro material, mas pensa que não pois não tinha
qualidade suficiente para imprimir texto normal.
Obrigado por recordares estes factos. Muitas vezes a História é uma mera interpretação do que se pensa o que aconteceu. Isto aconteceu mesmo!
ResponderEliminarBem me lembro e também de outras histórias contemporâneas...
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