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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Um debate ausente do País



Não foi com gosto que segui o debate “que poderia mudar o futuro do país”, segundo alguns media, que quase saturaram a paciência dos portugueses com o antes, o durante e o depois, com Sócrates e Macedo à mistura.

Como se percebeu o País não passou por ali.

Teria gostado que neste e noutros debates e entrevistas se tivesse discorrido com o que considero serem as questões sobre as quais diferentes respostas mais interessam aos portugueses saturados de mentiras e trejeitos.

A saber, como combater o desemprego e a desvalorização abissal do trabalho na distribuição do rendimento.

Que fazer com os vínculos à União Europeia que nos retiraram grande parte da soberania e “institucionalizaram” opções neo- liberais na economia que foram liquidando o tecido produtivo, castrando a resposta a uma mais desejável que nunca procura interna.

Como diminuir as desigualdades sociais, a precarização dos trabalhadores e classes médias e como elevar, e com que recursos que estão disponíveis noutras opções políticas, as condições de vida.

Que atitude relativamente ao curso destruidor do Serviço Nacional de Saúde, do sistema público e ensino e da segurança social, pilares de um estado que se queira moderno, deve ser tomada e não se esgote nos ridículos e perigosos “plafonamentos horizontais e verticais”.

Face ao surto migratório pela fuga a diversas guerras de agressão a populações inteiras, que formas de acolhimento dos novos imigrantes e que iniciativas se devem tomar para fazer regressar a paz aos países de onde emigraram, que apoios internacionais à reconstrução e reactivação económica desses países - seriam questões de que os portugueses também teriam gostado de que se falasse.

Não alinho na estória de qual ganhou com o debate porque os portugueses não ganharam com ele. Estar mais agressivo, ao ataque ou à defesa, ter ou não ter rugas na testa, aludirem a programas eleitorais, de que pouco falaram, são matérias muito interessantes para comentadores mas não para País que não passou por ali.

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