Não foi com gosto que segui o debate “que poderia mudar o futuro do país”, segundo alguns media, que quase saturaram a paciência dos portugueses com o antes, o durante e o depois, com Sócrates e Macedo à mistura.
Como se percebeu o País não
passou por ali.
Teria gostado que neste e noutros
debates e entrevistas se tivesse discorrido com o que considero serem as
questões sobre as quais diferentes respostas mais interessam aos portugueses saturados
de mentiras e trejeitos.
A saber, como combater o
desemprego e a desvalorização abissal do trabalho na distribuição do rendimento.
Que fazer com os vínculos à União
Europeia que nos retiraram grande parte da soberania e “institucionalizaram”
opções neo- liberais na economia que foram liquidando o tecido produtivo, castrando
a resposta a uma mais desejável que nunca procura interna.
Como diminuir as desigualdades sociais,
a precarização dos trabalhadores e classes médias e como elevar, e com que
recursos que estão disponíveis noutras opções políticas, as condições de vida.
Que atitude relativamente ao
curso destruidor do Serviço Nacional de Saúde, do sistema público e ensino e da
segurança social, pilares de um estado que se queira moderno, deve ser tomada e
não se esgote nos ridículos e perigosos “plafonamentos horizontais e verticais”.
Face ao surto migratório pela
fuga a diversas guerras de agressão a populações inteiras, que formas de
acolhimento dos novos imigrantes e que iniciativas se devem tomar para fazer
regressar a paz aos países de onde emigraram, que apoios internacionais à
reconstrução e reactivação económica desses países - seriam questões de que os
portugueses também teriam gostado de que se falasse.
Não alinho na estória de qual
ganhou com o debate porque os portugueses não ganharam com ele. Estar mais
agressivo, ao ataque ou à defesa, ter ou não ter rugas na testa, aludirem a
programas eleitorais, de que pouco falaram, são matérias muito interessantes
para comentadores mas não para País que não passou por ali.
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