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terça-feira, 4 de agosto de 2015

Caminhar para o abismo ou seguir por outras vias? (1)






















A velha Europa, alforge de economias capitalistas desenvolvidas, de culturas que marcaram gerações e gerações, referência universal para muitos países, grande potência mundial, está a afundar-se. Para isso foi decisivo um capitalismo desde o final da 1ª Guerra dependente dos EUA, numa situação de subalternidade e permeabilidade que absorveram deste país as suas sucessivas crises de 1920 a 2008, passando por muitas outras, com componentes políticas e militares mais ou menos evidentes.
O saque dos recursos nacionais através dos negócios de empresas privadas com o Estado tornou a corrupção e fenómenos conexos como a maneira de estar dos grandes grupos mas que se espalham a todos os níveis da sociedade.
 
A criação da União Europeia correspondeu à lógica do eixo franco-alemão para as políticas do carvão e do aço. Ilusões das vantagens para todos, especialmente para os países mais débeis, facilitaram as características de um processo de integração, onde o que contou foi o escoamento da produção dos países mais fortes para novos mercados, sem contrapartidas que o fossem, de facto, pelo contrário impondo aos mais fracos a liquidação de meios essenciais à afirmação das respetivas soberanias e condições de vida dos seus habitantes. Afundaram as pescas, a agricultura, as indústrias de diversas atividades as siderurgias, os estaleiros navais, como aconteceu em Portugal. Que nos resta?  Empresas onde aos trabalhadores são retiradas a dignidade, garantias contratuais, horários compatíveis com as vidas familiares, e onde o trabalho escravo prolifera através de empresas
 
Para garantirem o domínio das economias, foi introduzida uma moeda única para economias muito diferenciadas, que garante o controlo de dívidas externas dos que ficaram sem meios para as pagar mais às respetivas taxas de juro. Os usurários garantiram assim a prática de empréstimos que apertaram mais o garrote, para que os países só se preocupassem com dívidas tornadas impagáveis e fossem impedidos de prosseguir outros caminhos mesmo quando referendados pelos próprios habitantes. Os programas de "resgate" (de facto de agressão) são impostos em situações de falência e bancarrota de países mas com grandes níveis de austeridade a países a que foi imposto (sem referendo) um Tratado Orçamental.
 
O conjunto das instituições europeias foi perdendo legitimidade democrática, ocupando os altos cargos homens e mulheres formados para condicionarem os países aos interesses das grandes multinacionais que os puseram nos lugares. São dirigentes que sistematicamente têm mentido, como Passos Coelho faz em Portugal (neste caso são particularmente graves as mais recentes mentiras sobre as taxas de desemprego).
 
Não é com este tipo de gente com tais dirigentes que Portugal e os portugueses se podem salvar. Não é com este tipo de dirigentes europeus que se podem reformar estas instituições europeias e esta União Europeia. Como o PCP sublinha no seu programa eleitoral

"Portugal tem de defender os seus interesses. Nada pode obrigar o País a renunciar ao direito de optar pelas suas próprias estruturas socio-económicas e pelo seu próprio regime político. Nada pode obrigar Portugal a aceitar a posição de Estado subalterno no quadro da UE. Nada pode obrigar Portugal a submeterse a ditames militares e estratégicos subordinados aos interesses da NATO, da UE e dos EUA, alheios ao interesse nacional. Nada pode obrigar Portugal a alienar a sua independência e soberania nacionais".

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