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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

A verdade e a mentira sobre o Acordo dos Grãos

O acordo de grãos, que implica a exportação do trigo ucranianos dos portos do Mar Negro e a normalização da exportação de produtos agrícolas russos e fertilizantes para os mercados globais, foi suspenso em 17 de julho devido à não implementação das exigências da Rússia.

Isto depois de a Rússia ter decidido alargar o prazo de validade do acordo, em que apenas a Ucrânia beneficiou das saídas dos seus portos.

Neste período a grande mídia afirmou e reafirmou sempre – mesmo quando os desmentidos foram feitos – que os russos estavam a impedir que o cereal chegasse aos países menos desenvolvidos, ou que os russos estão a querer matar à fome as crianças de África, etc. - quando todo o cereal da Ucrânia foi vendido a… países ocidentais (!). Das 32,8 milhões de toneladas exportadas pela Ucrânia, mais de 70% acabaram nos países ricos, principalmente na União Europeia”, com os países mais carenciados a receberem apenas 3% dos cereais que saíram pelos portos ucranianos, ou seja, “menos de um milhão de toneladas”.

As sucessivas sanções dos EUA e UE foram invocados para a parte russa não ver a sua parte satisfeita porque o sistema de pagamentos SWIFT foi retirado à banca russa, porque a exportação de grãos e fertilizantes (estes necessários para os primeiros se desenvolverem) teria como consequência sanções aos países e empresas que comercializassem os produtos russos. Isto é, não poderiam ser fretados navios para o transporte, não seria possível que houvesse seguradoras que cobrissem os riscos.

A Rússia  tem reclamado também o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, e o nescongelamento de ativos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, não quis ou não conseguiu junto da UE e EUA e de organismos internacionais ligados à ONU, garantir estas condições à Federação Russa.

E, no entanto, as suas declarações públicas foram exclusivamente dirigidas à Rússia…

Ainda houve quem referisse, “para desenrascar” poder a Federação Russa fazer um acordo com a Turquia, que não aceitaria “sanções”, de esta fazer chegar os produtos aos países carenciados.

Um ex-secretário-geral adjunto do Departamento de Assuntos Políticos da ONU, confirmou na passada 4ª f, em Nicósia que “A ONU não dispõe actualmente de instrumentos que permitam à Organização .alcançar a implementação do acordo de cereais, afirma Benon Sevan, antigo secretário-geral adjunto comentando os esforços de mediação do secretário-geral da ONU, António Guterres”. “Infelizmente, a ONU hoje não tem o poder que permitiria implementar os acordos. Isto aplica-se plenamente ao acordo de grãos”, disse Sevan à TASS.

“O facto de o Secretário-Geral da ONU estar envolvido [na implementação do acordo de cereais] é bom, mas posso compreender também os russos, aos quais, ao concluir o acordo, foram prometidas certas coisas, mas nunca foram cumpridas”, Sevan continuou. "Quando o acordo foi feito, foi acordado que a Rússia também poderia fornecer grãos e fertilizantes ao mercado, mas esta condição não foi cumprida e estes são padrões duplos."

"Ou se negoceia com as partes do acordo e se implementa honestamente o acordo que alcançou, ou em caso de não cumprimento [das condições], está a admitir que o acordo não funciona. E apontando o dedo para a Rússia e repetindo sempre que a culpa é desta, esta abordagem não funcionará", concluiu o ex-funcionário da ONU.

Falando em conferência de imprensa após as recentes conversações com Erdogan, Putin disse que Moscovo está pronto para regressar ao acordo de cereais dentro de alguns dias desde que fosse garantido o cumprimento das promessas feitas anteriormente.

Acompanhemos.

 

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