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segunda-feira, 26 de março de 2018

A campanha russofóbica atinge o delírio!, por António Abreu

Donald Trump tomou a medida mais dura já imposta pelo governo americano contra o Kremlin. Os 60 diplomatas, alegados supostos agentes secretos, e suas famílias têm sete dias para deixar o solo norte-americano. A expulsão afecta também 12 funcionários da missão russa nas Nações Unidas, localizada em Nova Iorque, e 48 da embaixada em Washington e outras delegações. O governo dos EUA também pediu a Moscovo que feche o seu consulado em Se...attle no noroeste do país, invocando estar muito próximo de uma fábrica de aviões da Boeing e de uma base de submarinos
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As sanções foram anunciadas quase simultaneamente em ambos os lados do Atlântico. Até agora, 14 países da UE adoptaram punições diplomáticas semelhantes, que resultaram em pelo menos 33 expulsões. Depois do passo inicial dado pelo Reino Unido, dez estados europeus (incluindo os principais) já tiveram esse comportamento russofóbico, que agora afeta 56 diplomatas (1). A Austrália também anunciou na terça-feira que vai expulsar dois diplomatas russos que considera espiões, segundo a Reuters, e a Macedônia expulsou um diplomata da embaixada russa em Skopje e a Ucrânia dois. O Canadá também vai expulsar diplomatas russos.
 
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu (2) prometeu "medidas adicionais"...
 
É de registar que estes países acusam a Rússia de ter procedido a um ataque químico contra um espião russo que trabalhou para o MI6 inglês durante anos em Moscovo enquanto exercia funções de responsabilidade nos serviços secretos russos. Preso na Rússia, viria a ser libertado numa operação de troca de espiões, dois anos depois. Foi perdoado pelo governo da Rússia e foi viver para o Reino Unido.
 
O Reino Unido nunca provou a acusação tanto mais inverosímil quanto o “envenenamento” se deu nas vésperas das eleições presidenciais na Rússia e do Campeonato do Mundo de Futebol neste país.
 
A verdade sobre o caso deve remeter-nos para um princípio básico da investigação policial “A quem aproveita o crime?”.
 
(1) França, Alemanha, Itália, Holanda, Dinamarca, República Checa, Roménia e Polónia, Letónia, Lituânia e Estónia
(2) Instituição europeia que reúne os Chefes de Estado e de Governo dos países da UE em cimeiras trimestrais que definem a agenda política global da União Europeia, isto é, as orientações e prioridades políticas gerais da UE. Não tem os poderes legislativos da União, pelo que não negoceia nem adota legislação da EU.

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