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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A segunda onda de progresso na América Latina desde 2019, por António Abreu

Na Nicarágua, renovando a maioria, no Peru, na Argentina, Honduras, México, Bolívia ganhando às forças de direita, no Chile será votada a nova constituição por uma assembleia maioritàriamente de esquerda

No Equador deu-se um retrocesso a favor de um grande magnata de direita.É certo que na última década vários foram os países de maiorias progressistas em que os EUA conseguiram recuperar posições perdidas, através de acções golpistas por si patrocinadas. Mas a persistência dos protestos populares minou a base social de apoio aos golpistas. O agravamento da exploração, das injustiças e desigualdades sociais e da opressão neocolonial, impôs ao imperialismo importantes recuos e reveses, que estão já a evoluir para processos que contêm o paradigma de transformação progressista nas respectivas sociedades.

Nesta nova vaga, as posições extremam-se. 



Os trabalhadores assumem a defesa das suas condições de vida, reclamam mudanças nas políticas e confrontam governos ainda de direita, denuniam assassinatos de dirigentes sindicais e indígenas. Querem que os organismos estatais que lhes permitiram aceder a um novo estatuto social, integrando direitos à saúde, à educação, à segurança social, que fez que todos possam assumir a defesa do ambiente, no concreto, nesta nova vertente das lutas de classe. Apoiam os direitos das mulheres, entretanto assumidos, a não discriminação de diferentes orientações sexuais  a ampliação da igualdade e da democratização da riqueza, e defendendo uma nova matriz produtiva para o crescimento económico e o bem-estar.

No outro lado defrontam o abandono da luta por parte da burguesia que esteve com eles mas que passou a ter medo de perder grandes e mesmo pequenos privilégios  de classe ou de casta. Estas classes médias, face ao agudizar da confrontação acabam por alinhar em movimentos de salvação político-religiosos que lhes acenam com o restabelecimento da autoridade patriarcal na família, com o carácter imutável de hierarquias de linhagem na sociedade e a liderança da economia pela propriedade privada face a um mundo incerto que extraviou o seu destino.

É uma luta que continua, que ganha a nossa solidariedade e a atenção nos seus desenvolvimentos.




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