1. A situação internacional - sempre com reflexos no nosso país - está
a sofrer alterações assinaláveis, não necessariamente de sentido negativo como
alguns de nós podem estar a assumir como definitivas, apesar da enorme perplexidade
que provocam.
2. Importa
ter em conta que o “politicamente correcto”, as nossas sensibilidade padrões
de comportamento político, o valor facial de declarações teatrais que facilitam
a sua condenação e ridicularização, são avaliações necessariamente passageiras
porque dialeticamente influenciadas pelo real.
3. Já
tereis compreendido que estou a falar de desenvolvimentos políticos que
envolvem um novo personagem vindo dos EUA – Donald Trump.
AEP |
4. O
que é grave nas suas atitudes são aspectos graves como as atitudes
racistas, anti ambientais, sexistas, contradições de afirmações anteriormente
feitas, etc., mas que são susceptíveis de terem uma evolução.
5. Mas
o que me parece ser o mais relevante é o seu confronto com uma classe dominante
transnacional, ao questionar realidades que condicionam negativamente os EUA
como país e nação. A saber os G7, a UE, a NATO, a OMC, alguns tratados como o
NAFTA.
6. Na
sua “guerra” com a UE sobressai a condenação da Alemanha por esta ter acordado num
novo atravessamento do seu território por um novo gasoduto russo - o Nord
Stream 2 – que irá reforçar o abastecimento alemão e da Europa do Norte. Mas
Putin já lhe propôs poderem competir mas trabalhar juntos no mercado de
energia, dizendo que a Rússia e os EUA são concorrentes nas exportações de
petróleo e gás, mas que há espaço para cooperação na regulamentação do mercado
de energia.
7. O
confronto com essa classe dominante financeira assenta numa perspectiva de
regresso revalorizado ao capitalismo no seu país que abandonou a faceta
produtiva em benefício quase exclusivo da sua componente financeira.
8. Confronto
que passa por assumir como amigos Vladimir Putin ou Xi Jinping, como potencial
amigo Kim Jong-un. E que, mesmo na “guerra comercial” com a China, ou com o tom
perigoso do confronto verbal com os dirigentes do Irão, se adivinham
possibilidades de acordos entre as partes, sendo que neste último caso pesa
negativamente em tais perspectivas o papel de Israel e da Arábia Saudita.
9. Neste
confronto de Trump com esta classe dominante transnacional há resistências e
muitos estão a trabalhar numa tentativa de impeachment ou mesmo de golpe de
estado. Altas patentes dos serviços secretos e do Pentágono, alguns dos principais
grupos de media, Obama e John McCain, alguns senadores e congressistas
republicanos, estão envolvidos nisso e os sinais são muito claros. Sim, Obama o
presidente dos EUA que abriu e se envolveu em várias frentes de guerra, que fez
com que morressem centenas de pessoas em ataques com drones a cinco países de
África e do Médio Oriente.
10. Não
me prolongando mais, queria referir duas coisas para rematar.
A primeira é que
esta linha de pensamento, que se foi desenvolvendo ao longo de meses, é da
minha inteira responsabilidade e não compromete mais ninguém.
A segunda é que
adivinho críticas dos meus amigos mas também os convido a uma reflexão que
rejeite clichés não inocentes que se foram instalando como irrecusáveis.
No essencial e fundamental concordo! Porque é a guerra entre as diversas facções do imperialismo!
ResponderEliminar"Le dialogue constructif entre les Etats-Unis et la Russie offre l’opportunité d’ouvrir de nouvelles voies vers la paix et la stabilité dans notre monde" a déclaré Trump "Je préfère prendre un risque politique dans la poursuite de la paix plutôt que de risquer la paix dans la poursuite de la politique".
ResponderEliminarLe Gran Soir info