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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

As eleições em 2017 em três baluartes desta UE


Segundo muitos comentadores, e de acordo com as declarações dos respectivos partidos, uma esperada viragem à direita nas eleições destes países iria ter consequências na solidez da UE, em particular da moeda única e da união bancária, para além de um maior controlo da imigração com perseguição especial à de origem muçulmana.

Mas, mesmo que em França, na 1ª volta, Marine Le Pen, tenha uma percentagem superior ao segundo candidato que passar à 2ª volta e que o AfD seja o partido mais votado nas legislativas holandesas, há grande probabilidade de que Le Pen não seja a presidente que se segue, nem o AfD conseguirá formar governo. Na Holanda o candidato da extrema-direita fez ontem um dramático apelo aos holandeses para defenderem o país dos emigrantes mas uma maioria absoluta do seu partido parece afastada. Na Alemanha o partido da extrema-direita será derrotado


Porém, tais resultados não serão o único elemento significativo a retirar.

Há que atender a que a esquerda, que justamente disso se reclama, tem prosseguido o combate contra as derivas comunitárias há muitos anos, prevendo acontecimentos e retirando lições do percurso de austeridade, da perda de soberania, do afastamento entre eleitores e dirigentes não eleitos das estruturas comunitárias, do agravamento das desigualdades entre países e em cada país, e do arrastamento de todos para agressões contra países terceiros que provocaram novos surtos migratórios.

Se não se atenderem a estas causas, que não são acidentais, poderiam as boas consciências entrar em elucubrações sobre novas formas de atração para o vazio pelos  deserdados…

Ou então, que é o que se perspectiva, concentrar a votação do povo de esquerda, na social-democracia e socialistas. Como se a memória tivesse que ser curta, fazendo esquecer que esses estão entre os principais responsáveis dessa deriva! Se parte dos trabalhadores e da classe media se deslocaram para a direita, a responsabilidade também é deles que não souberam honrar nem com os seus princípios fundadores nem com sucessiva promessas eleitorais que foram defraudando.

Se as esquerdas conseguir atrair os deserdados desta política em termos significativos, isso favoreceria políticas alternativas nesses países. Resta saber se elas o conseguem ou se se deixam enredar na “estabilidade” europeia, espécie de papel de embrulho das políticas que desiludiram essas camadas sociais.

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