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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Interrogações sobre a intervenção da China na Cimeira de Davos

 
As declarações do Presidente da China, Xi-Jinping, na cimeira de Davos, poderão ter causado surpresa em muita gente quando se opôs ao encerramento dos mercados de outros países e defendendo a globalização.
Obviamente que Trump seria um dos destinatários que tem defendido um controlo do acesso e circulação de bens e serviços oriundos da China. Mas a questão é mais vasta.
Enquanto a globalização capitalista benefici...ava mais o chamado “mundo ocidental”, a liberalização do comércio e a livre circulação de bens e serviços não era contestada por ele mas por aqueles países que dela eram vítimas.
Por se traduzir numa amarração da generalidade dos países, às crises económicas dos países que dominam o comércio. Por outro lado quando os Estados Unidos colocam no mercado uma grande quantidade de dólares, boa parte deles acaba em países emergentes, provocando a valorização das suas moedas, o que leva a favorecer as importações e desfavorecer as exportações das empresas dos países emergentes. Também como na globalização os mercados dos países estão interligados, milhares de milhões de dólares podem entrar ou sair de um país segundos, acabando este capital especulativo acaba por provocar grandes prejuízos às economias dos países que não conseguem controlar este fluxo de capitais. Neste quadro, os mais fortes deslocalizam empresas em busca de salários e outras condições mais apetecíveis, levando a despedimentos nos seus e fortes pressões sobre os seus trabalhadores para nivelarem “por baixo” salários e direitos. E a globalização passou a tentar equipar-se com acordos intercontinentais que consagrem esta redução de padrões de trabalho e de vida, como outros relativos à qualidade e controlo sanitário bem como a deslocalização das instâncias judiciais de resolução de conflitos para fora dos controlos nacionais.
Agora é a China, primeira potência comercial mundial, a “dar as cartas”.
Mas poderá a China neste novo quadro, ao afrontar o dedo pontado de Trump, contribuir para uma globalização de efeitos negativos diferentes? Penso que é esta a questão que os amigos e admiradores do progresso fantástico deste país gostariam de ver expressos em compromissos firmes

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