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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Algumas perguntas sobre a tragédia dos refugiados e os desígnios do imperialismo


                                                                                                                                                       Há muito que está planeado, e nos últimos 25 anos realizado, pelos centros de decisão imperialista, fazer do corredor do Médio e Próximo Oriente, Cáucaso e Magrebe terra de ninguém com o duplo sentido de ficar com a exploração dos recursos petrolíferos de vários países e aproximar-se das fronteiras do Irão, da Rússia e da China.

Quando milhões de refugiados demandam a Europa, fugindo das guerras que isso tem provocado, o nosso dedo acusador deve ou não estar dirigido aos EUA, às grandes potências da UE, à NATO, à Arábia Saudita, Qatar, Turquia e Israel que as têm realizado? Devemos ou não exigir aos dirigentes desses países que falem claro aos seus povos e assumam a principal responsabilidade na resolução das respectivas consequências desses conflitos e respectivos êxodos, em vez de andarem a “distribuir o mal pelas aldeias”?
Não é espantosamente evidente que seja a Turquia, que mais treinou terroristas de diversas seitas para lutarem contra o povo sírio e lhes destruir centenas de milhares de vidas, casas, níveis de vida, tornando as suas vidas num inferno, o principal receptador de refugiados para negociar os seus destinos e permitir que das suas costas operem traficantes de seres humanos que ganham fortunas com os recursos dos infelizes, largados no mar em direção principalmente à Grécia?
A solidariedade internacional, que em muitos países está disponível para receber esses refugiados e pagar custas associadas ao fenómeno, pode ser confundida com igualdade das responsabilidades a jusante, e passagem de uma esponja sobre as responsabilidades?
Podemos aceitar que sejam os dirigentes responsáveis desses países que decidem de onde aceitam refugiados ou que exigência de grau de instrução lhes fazem?
O despejar sem condições de dignidade em alguns países europeus tem ou não também a intenção de provocar reacções de rejeição das populações locais e favorecer a xenofobia e a subida em flecha dos partidos de países da União Europeia?
É esta a Europa, cuja federalização e perdas de soberania de consequências dramáticas tem vindo a ser realizada desde Maastricht, que está a ser pensada em algumas instâncias de estrategas? Que vão construindo um mundo de um só governo bem à imagem dos pesadelos de Orwell?