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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Poema de "A Terceira Miséria", nº 23, De Hélia Correia





 
A terceira miséria é esta, a de hoje.
A de quem já não ouve nem pergunta.
A de quem não recorda. E, ao contrário
Do orgulhoso Péricles, se torna
Num entre os mais, num entre os que se entregam,
Nos que vão misturar-se como um líquido
Num líquido maior, perdida a forma,
Desfeita em pó a estátua.
 
(in A Terceira Miséria, Relógio d’Água, 2012)

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