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domingo, 20 de março de 2016

A urgente necessidade do controlo público da banca


Nos dois últimos dias, alguns comentadores e Passos Coelho têm defendido que a intervenção do governo sobre questões do BPI e outra banca privada é contrária à autonomia que os acionistas desses bancos têm para decidir do seu futuro.

Estarão esquecidos dos custos que tiveram para os contribuintes, para a imagem nacional e internacional da banca privada portuguesa, da desconfiança generalizada da população em relação à banca, para os clientes e trabalhadores desses bancos, para a ausência de decisões que salvaguardem o nossa soberania nas transformações do sector financeiro, a sequência de casos ocorridos nos últimos anos no BPN, no BPP, no BCP, no BES, no Banif. Os contribuintes portugueses já contribuíram com milhares de milhões de contos para recapitalizar os bancos.

Serão muito poucos os portugueses que não entendem que se aplique o controlo público da banca, tanta mais que nestes bancos quer clientes, quer trabalhadores se viram, em última análise para as instituições do estado ajudarem a resolver as malfeitorias de sucessivas administrações de bancos. A oposição do PSD à intervenção do governo só tem relevância porque nesta e noutras notícias, os grandes meios de comunicação social a amplificam.

 A questão para o país não é estar nessa guerrinha de se preferimos o capital angolano ou o espanhol. A questão central é da nossa soberania sobre a banca e o futuro do nosso sistema financeiro, como sublinhou ontem Jerónimo de Sousa.