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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Para compreender a atitude de alguns países ocidentais na questão da Síria

 
O Presidente Hollande, depois da enérgica accão policial contra cidadãos franceses militantes do ISIS, residentes na França, para que não ficasse sem resposta o massacre de 129 pessoas em Paris na passada 6ª f, vai encontrar-se com Obama e Putin para “coordenarem a luta contra o ISIS”.
Os bombardeamentos dos EUA de há semanas atrás nem chegaram “a fazer cócegas” aos terroristas. Bem pelo contrário, serviram para encobrir e escoltar a progressão de equipamento militar do Iraque para a Síria, onde o ISIS, à custa disto, progrediu muito no terreno, semeando massacres e destruições de património de toda a humanidade. Face a este embuste, e respondendo a um pedido da Síria, a Rússia passou a atacar com a sua força aérea alvos militares dos terroristas, que os terão forçado a recuar na direcção do Iraque. A França nestes últimos dias agiu nos mesmos termos e propôs uma acção coordenada França-Rússia- EUA para prosseguir esse esforço de guerra. Ontem Obama disse que “não contribuiria para acabar com o ISIS se Assad não fosse afastado da presidência da Síria”. O que é uma declaração espantosa sobre as relações entre o ISIS e os EUA!...Por outro lado Hollande afirmou que esta coordenação a três convenceria a Rússia a ter um papel mais activo contra os terroristas…Como se não fosse a Rússia que, há semanas tem fustigado os recursos dos terroristas!
Acompanhemos o que os próximos dias nos trarão.
 
 
Entre comentadores internacionais tem circulado a idéia das divisões existentes no seio da administração norte-americana. Para eles a divisão é profunda e raros são aqueles que obedecem a Barack Obama, o qual estaria a trabalhar para um compromisso dessas facções por não ter força para impor os seus pontos de vista. Depois de ter eliminado o clã Petraeus-Clinton, que sabotava os seus esforços, o presidente descobriu que o sub-secretário geral e director dos Assuntos políticos da ONU, Jeffrey Feltman (que lhe dá um poder quase total na estrutura dirigente da ONU), e a embaixatriz dos EUA na ONU, Samantha Power prosseguem a linha dos aparentemente derrotados. Samantha tem estado por detrás de diversas conspirações. O Pravda referia no passado dia 13 que “a bela retórica dos direitos do homem de Samantha Power foi usado como um trunfo aquando do ataque do Daesh no Iraque. Nessa altura isso foi usado pelos Estados Unidos para forçar o eleito primeiro-ministro Nouri al-Maliki a demitir-se, sem ter de evocar as verdadeiras razões do golpe: a violação por Maliki do embargo dos EU sobre a venda de armas iranianas, e a sua venda de petróleo à China sem passar pelo dólar. Também permitiu justificar a criação da Coligação Internacional anti-Daesh, a qual, é claro, seguindo as instruções de Feltman na ONU, e de Petraeus na KKR, em vez de bombardear a organização jiadista lhe lançaria, de paraquedas, armas e munições durante um ano”.Durante o seu segundo mandato, Barack Obama terá tentado livrar-se dos promotores de guerras que conspiravam nas suas costas. Fez prender, algemado, o director da CIA, o general David Petraeus, e afastou Hillary Clinton. Para a Secretaria de Estado tão desejada, o Presidente Obama nomeou para ele John Kerry , aos 70 anos, depois de ter sido senador há 28 anos. Mas, entretanto passou para o lado do todo poderoso Jeffrey Feltman.  
A presença de jihadistas na Casa Branca remonta a 1995 quando Reagan quis negociar a construção do gasoduto designado por “Tapi”, que atravessaria o Turcomenistão, o Afeganistão, o Paquistão e a India. Esses encontros continuaram, depois do 11 de Setembro, nas bases do Pentágono do Golfo Pérsico, para “rebeldes” de diversos países criassem o terror ou o “caos criativo” (!) na região para os EUA se apoderarem do petróleo, impedindo o acesso da China a ele, numa altura em que a China se ia afirmando como a grande potência asiática.
A presente ofensiva norte-americana contra a Rússia visa obrigar a Gazprom Germania, empresa estatal de gás russo com sede em Pequim a suspender mais de vinte projectos  que a iriam transformar na maior companhia estatal de gás natural do mundo. A Rússia reagiu a essa operação e assinou com a China um grande acordo de administração do gás nos trinta anos posteriores a 2018.
 
 
A sanha persecutória contra Bashar Al Assad deriva de que enquanto este estiver no poder não permitirá a construção do referido gasoduto e o Irão poderão iniciar a construção de um outro que ligue o Irão, o Iraque e a Síria. Os gasodutos South e North Stream inviabilizaram um outro projecto, o Nabucco, financiado pelos EUA, França, Inglaterra, Turquia e Israel, que asseguraria um domínio absoluto sobre o gás e as condutas da Eurásia. Os amigos americanos com o projecto do seu xisto impediram o acordo entre o Irão, a Turquia e a Europa.
O desenvolvimento do terrorismo encontra aqui a sua causa. Os apoiantes da Al-Qaeda e do Isis (Daesh) jogam com eles para ganhar terreno nomeadamente na Síria, acabando com o país. Não o derrotaram militarmente e avançaram com os cães jihadistas. Mas estes poderão ser apenas um pretexto para a grande guerra do gás contra o Irão. Sobre complexidade desta teia tentarei dela falar num post futuro.
 
Os terroristas do Daesh, sob várias designações, já actuaram contra a Rússia, a França, países africanos e asiáticos. Objectivos? Medo? estados securitários? Mutilação da democracia? Alargar situações caóticas? Em proveito de quem?