Com mais de 85 milhões de
habitantes, o Egito é um dos países mais populosos da África e do Médio
Oriente, sendo o 15.º mais populoso do mundo. A população está concentrada,
sobretudo, nas margens do rio Nilo, que é a única região não desértica do país.
Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no
Cairo, em Alexandria e nas outras grandes cidades do delta do Nilo, de maior
densidade demográfica.
Entre outras características gere o canal mais famoso o mundo: o Canal do Suez, cujo alargamento permitiu reduzir de 11 para 3 horas a travessia de 72 km que separam o Suez no Mar vermelho de PortPort Saïd, no Mediterrâneo.A expansão do canal, a primeira desde o início da sua existência, consistiu numa nova via paralela com 37 quilómetros, e no alargamento e aprofundamento da via original, de 72 quilómetros, numa extensão de 35 quilómetros.
Previa-se poder aumentar de 49 para 97 o número de navios a passar diariamente pelo canal e que o tempo de navegação fosse reduzido de cerca de 20 para 11 horas.
A inauguração desta expansão ocorreu há dois anos.
A obra foi executada pelo exército egípcio para estimular a economia egípcia e consolidar a popularidade do próprio presidente. O Canal, antes do alargamento, dava um lucro de 3,9 mil milhões de euros ao Egito e com a nova via, projecta-se um aumentado dos lucros para 10,5 mil milhões euros em 2023.
A obra foi executada pelo exército egípcio para estimular a economia egípcia e consolidar a popularidade do próprio presidente. O Canal, antes do alargamento, dava um lucro de 3,9 mil milhões de euros ao Egito e com a nova via, projecta-se um aumentado dos lucros para 10,5 mil milhões euros em 2023.
O Canal do Suez tem 147 anos e foi nacionalizado por Nasser, em 1956, contra os acionistas franceses e britânicos.
Em 1975, reabriu, depois de oito anos de fecho na sequência da Guerra dos Seis Dias. Foi então que apareceram os grandes cargueiros de contentores.
O alargamento teve um custo total calculado em 3 mil milhões de euros. Para o financiar, o Estado emitiu obrigações do tesouro que podiam dar a ganhar até 12% do investimento inicial. Só os egípcios residentes as puderam comprar. Este inédito modelo de financiamento da obra permitiu ao Estado arrecadar 7,8 mil milhões de euros.
A deriva islamista da sua acção
contrariou o anterior laicismo do Estado e provocou grandes confrontos na
sociedade egícia. Morsi concentrou poderes e fez aprovar uma Constituição
islâmica.
Mais de 3 milhões de egípcios
saíriam à rua para exigir o fim do governo Morsi enquanto desencadeava a
violência contra os seus adversários. Em 2 anos, o número de pessoas vivendo
abaixo do limiar da pobreza aumentou, pelo menos 50%, as reservas em divisas
diminuíram para metade. A economia ficou num caos.
Esta situação levou a que as forças armadas o destituíssem, com o apoio da generalidade dos partidos políticos, incluindo o Partido Comunista do Egipto, à excepção dos Irmãos Muçulmanos, em Julho de 2013. Seguiram-se novas eleições presidenciais em 2014, ganhas pelo actual presidente, Al-Sissi, que teve mais 10 milhões de votos que Morsi obtivera no ano anterior.
Esta situação levou a que as forças armadas o destituíssem, com o apoio da generalidade dos partidos políticos, incluindo o Partido Comunista do Egipto, à excepção dos Irmãos Muçulmanos, em Julho de 2013. Seguiram-se novas eleições presidenciais em 2014, ganhas pelo actual presidente, Al-Sissi, que teve mais 10 milhões de votos que Morsi obtivera no ano anterior.
Em 14 de Agosto de 2013, centenas
de civis e militares confrontaram-se no Cairo durante um protesto contra a
destituição de Morsi, que assumiu as proporções de um novo golpe. Quase duas
mil pessoas foram presas e 529 condenadas à morte, num país onde o recurso a
esta pena é frequente. O que gerou protestos que foram levando à libertação
sucessiva de presos.
As referências feitas em Portugal, agora nesta visita de Sissi, a que Morsi foi
o primeiro presidente eleito democraticamente não contemplam os factos
fundadores do Egipto moderno. A Constituição referendada em 1956 e a respectiva
eleição do Presidente Nasser selaram democraticamente a revolta popular e de
militares de patente intermédia que derrubaram o Rei Faruk e depois a
monarquia, constituindo a República em 1953. Nasser foi eleito para três mandatos. Foi eleito sem oposição nos referendos de 1956, 1958 e 1965.
O presidente Abdel Fattah
Al-Sissi, na entrevista de 21 deste mês à RTP, garantiu o percurso democrático
do país. Depois da entrevista à RTP as agências internacionais anunciavam já a decisão judicial
egípcia de repetição dos julgamentos de Morsi e centenas de membros da
Irmandade Muçulmana. Também manifestou o apoio a uma solução política na Síria,
sem a presença de forças armadas estrangeiras e a liquidação do terrorismo.
No ponto oposto do Mar Vermelho, Djibuti torna-se num grande entreposto comercial e militar, uma nova
porta de África
O Djibuti, pequeno país de 23.200 m2 e com 820 mil habitantes, cuja capital tem o nome do país, está transformado num
grande entreposto comercial com uma diversificada presença militar de vários
países, por força da competição internacional no tráfego de petróleo e não só.
No decurso das transformações que estão a ocorrer, o país poderá tornar-se numa
nova “porta de África”. Com um relacionamento com todos os países do mundo, só
o não tem com a Eritreia que mantem um conflito de fronteira com a Etiópia.
Obras de envergadura no porto,
realizadas por americanos e chineses, coexistem com bases militares de ambos os
países, que irão fazer deste entreposto milenar uma nova realidade
geo-estratégica. É neste território, com uma área que é um quarto da de Portugal, que Pequim está a instalar a sua base militar mais
afastada do Mar da China. Outros países pretendem instalar-se aqui também. A
Arábia Saudita assinou este ano um acordo com Djibuti para a instalação também
de uma base militar. A Rússia viu negada tal pretensão mas está a negociar para
lhe ser permitido que os seus navios acostem no cais controlado pela China.
Num raio de menos de 30 km, já se
encontram a base dos EUA, onde estão sediadas as suas operações clandestinas no
Corno de África e np Iémen. Também aí estão instladas a do Japão, que é a sua primeira-base no
estrangeiro depois do pós-guerra, os campos e bases franceses, restos da sua
presença colonial e, numa fase posterior à independência em 1977, potência
estrangeira dominante, e também a única base no estrangeiro de Itália. A
Alemanha está presente também mas sem este tipo de equipamentos.
A Etiópia tem em Djibuti, cuja
economia abastece, uma saída natural das suas exportações que aumentarão com a
potassa(1) que será produzida em fábricas que a China lá vai instalar. A principal
atividade económica do Djibuti é a reexportação de produtos de países africanos
sem acesso para o mar. O país importa a maior parte dos bens de consumo e de
produção: máquinas, veículos, alimentos, produtos têxteis e derivados de
petróleo, procedentes da França, Etiópia, Japão e vários países europeus.
O Djibuti é governado pela atual
constituição promulgada em 1992. O sistema de governo adotado no país é a
república presidencialista. Esmagadoramente habitada por muçulmanos de duas
diferentes etnias, tem hoje uma situação interna estável
Dos muitos acordos que o Djibuti
tem com muitos países, os de maior envergadura são, de longe, com os chineses,
com quem assinaram acordos para 14 mega-projectos, no valor global de 8,9 mil
milhões de dólares.
É o nome comercial dado ao carbonato de potássio e ao cloreto de potássio utilizado como adubo.
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