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sábado, 3 de setembro de 2016

Sobre a Venezuela (2) No combate à carência de abastecimento, ao mercado negro e à inflação provocados pelos monopolistas, mais de 127 mil toneladas de alimentos e outros artigos de consumo foram apreendidos em 51 dias pelas autoridades venezuelanas

A acção de fiscalização referida em 2

1.       Segundo a Professora da Universidade Simon Bolivar, Pascualina Curcio, a falta cada vez mais acentuada de certos produtos alimentares, de higiene pessoal  e para a casa. isso acontece desde 2013 por razões políticas “Os dois principais problemas da economia crioula, a falta de abastecimento e a inflação, são provocados. A intencionalidade política sobretudo nas irregularidades de oferta de produtos de consumo massivo por parte das empresas monopolistas particularmente em períodos pré-eleitorais”. E caracterizou alguns dos produtos em falta: são de consumo generalizado, de origem agro-industrial monopolista e não perecíveis.

Para Pascualina Curcio, o tipo de mercado paralelo incide directamente na fixação de preços, particularmente nos artigos associados às nossas vidas como alimentos e medicamentos, apesar de que nem os números de produção nem de importação de tais artigos terem diminuído como mostram as estatísticas. Conclui que a inflação caminha de mãos dadas com o mercado paralelo e os preços são manipulados sem relação com qualquer indicador económico. Fez cálculos e o dólar deveria estar em 400 bolívares, que é o valor da moeda. Segundo a académica, este preço estaria abaixo do dólar Dicom (tipo de câmbio utilizado em todas as transacções não essenciais) porque este instrumento corresponde apenas a 8% do mercado total de divisas, sendo os restantes 92% entregues a 10 bolívares.

Denunciou ainda que os empresários monopolistas crioulos e as suas empresas-mãe têm a capacidade de cartelizar preços, embora eles recebam as divisas e vendem os seus artigos com base em câmbios ilegais. "Se importam um artigo que lhes custou 10 dólares que, à taxa de 10 bolívares por dólar, são 100 bolívares, no entanto, vendem-no a 10.000, porque eles se multiplicam com o dólar negro" (do mercado negro).Por isso são várias as regiões a acabar com as importações controladas pelo mercado negro.

 

2.      Entre 12 de Julho e 1 de Setembro deste ano  foram apreendidas 127.534 toneladas de alimentos para consumo humano e produtos domésticos, desviados para o mercado negro e especulação numa grande acção realizada em todo o país e para promover a distribuição eficiente de produtos que têm sido sonegados criminosamente às lojas, mercearias, e mercados agrícolas, por parte de grandes produtores e distribuidores que actuam, através de intermediários, no sentido de provocarem descontentamento contra o governo que a imprensa nacional e internacional, acaba por atribuir à política económica que este realizaria.

O relatório das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, de 1 de Setembro, indica que, durante o trabalho de abordagem a 2.467 estabelecimentos (armazéns, mercados e depósitos) se confiscaram também 107.879 litros de alimentos para consumo humano, 4.344 toneladas de alimentos para consumo animal, 992 toneladas de outros produtos para o lar, 20.459 produtos de higiene pessoal e 16.765 unidades de produtos farmacêuticos.
Pelo menos um oficial general na reforma, ligado à oposição, considerou que a atribuição de tais tarefas às Forças Armadas são "pouco dignas".

Um dos responsáveis pelo organismo que interveio informou que os produtos apreendidos nas operações realizadas serão distribuídos através dos Comités Locais de Fornecimento e Produção (CLAP) para garantir que chegam directamente às famílias.

Em dois meses e meio foram abordadas 793 empresas para monitorizar os seus processos de produção (660 privadas me 133 do setor público).

Nestas visitas de 7.572 funcionários, verificou-se que as indústrias privadas têm uma capacidade instalada real para produzir 3.602.494 toneladas de capacidade, enquanto nas públicas ela é de 1.782.352 toneladas.

A auditoria do Estado tem como objetivo conhecer quais são os problemas que algumas empresas e, assim, criar as respostas oportunas para activar todo o aparelho produtivo do país, sanear a distribuição e normalizar a produção de alimentos, remédios e artigos de higiene pessoal.

De acordo com o relatório, também foram fiscalizados 6 portos e entregues ao Ministério Público 102 pessoas por incorrerem em crimes de especulação, açambarcamento e desvio dos artigos.

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