A acção de fiscalização referida em 2 |
1. Segundo a Professora da
Universidade Simon Bolivar, Pascualina Curcio, a falta cada vez mais acentuada
de certos produtos alimentares, de higiene pessoal e para a casa. isso acontece desde 2013 por
razões políticas “Os dois principais problemas da economia crioula, a falta de
abastecimento e a inflação, são provocados. A intencionalidade política
sobretudo nas irregularidades de oferta de produtos de consumo massivo por parte
das empresas monopolistas particularmente em períodos pré-eleitorais”. E caracterizou alguns dos produtos em falta: são de consumo
generalizado, de origem agro-industrial monopolista e não perecíveis.
Para Pascualina Curcio, o tipo de mercado paralelo incide
directamente na fixação de preços, particularmente nos artigos associados às
nossas vidas como alimentos e medicamentos, apesar de que nem os números de
produção nem de importação de tais artigos terem diminuído como mostram as estatísticas.
Conclui que a inflação caminha de mãos dadas com o mercado paralelo e os preços
são manipulados sem relação com qualquer indicador económico. Fez cálculos e o
dólar deveria estar em 400 bolívares, que é o valor da moeda. Segundo a
académica, este preço estaria abaixo do dólar Dicom (tipo de câmbio utilizado
em todas as transacções não essenciais) porque este instrumento corresponde
apenas a 8% do mercado total de divisas, sendo os restantes 92% entregues a 10
bolívares.
Denunciou ainda que os empresários monopolistas crioulos e as suas
empresas-mãe têm a capacidade de cartelizar preços, embora eles recebam as
divisas e vendem os seus artigos com base em câmbios ilegais. "Se importam
um artigo que lhes custou 10 dólares que, à taxa de 10 bolívares por dólar, são
100 bolívares, no entanto, vendem-no a 10.000, porque eles se multiplicam com o
dólar negro" (do mercado negro).Por isso são várias as regiões a acabar
com as importações controladas pelo mercado negro.
2. Entre 12 de Julho e 1 de Setembro deste ano foram apreendidas 127.534 toneladas de
alimentos para consumo humano e produtos domésticos, desviados para o mercado
negro e especulação numa grande acção realizada em todo o país e para
promover a distribuição eficiente de produtos que têm sido sonegados
criminosamente às lojas, mercearias, e mercados agrícolas, por parte de grandes
produtores e distribuidores que actuam, através de intermediários, no sentido
de provocarem descontentamento contra o governo que a imprensa nacional e
internacional, acaba por atribuir à política económica que este realizaria.
O
relatório das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, de 1 de Setembro, indica
que, durante o trabalho de abordagem a 2.467 estabelecimentos (armazéns,
mercados e depósitos) se confiscaram também 107.879 litros de alimentos para
consumo humano, 4.344 toneladas de alimentos para consumo animal, 992 toneladas
de outros produtos para o lar, 20.459 produtos de higiene pessoal e 16.765 unidades
de produtos farmacêuticos.
Pelo menos um oficial general na reforma, ligado à oposição, considerou que a atribuição de tais tarefas às Forças Armadas são "pouco dignas".
Um dos
responsáveis pelo organismo que interveio informou que os produtos apreendidos
nas operações realizadas serão distribuídos através dos Comités Locais de
Fornecimento e Produção (CLAP) para garantir que chegam directamente às
famílias.
Em dois
meses e meio foram abordadas 793 empresas para monitorizar os seus processos de
produção (660 privadas me 133 do setor público).
Nestas
visitas de 7.572 funcionários, verificou-se que as indústrias privadas têm uma
capacidade instalada real para produzir 3.602.494 toneladas de capacidade,
enquanto nas públicas ela é de 1.782.352 toneladas.
A
auditoria do Estado tem como objetivo conhecer quais são os problemas que
algumas empresas e, assim, criar as respostas oportunas para activar todo o
aparelho produtivo do país, sanear a distribuição e normalizar a produção de
alimentos, remédios e artigos de higiene pessoal.
De acordo
com o relatório, também foram fiscalizados 6 portos e entregues ao Ministério
Público 102 pessoas por incorrerem em crimes de especulação, açambarcamento e
desvio dos artigos.
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