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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A guerra das imagens na propaganda militar contra a Síria


A longa série de mentiras a partir da NATO (ou coligação governamental) baseada em encenações de imagens, desde o início da agressão à Síria em 2011. Quem quiser ter acesso a várias delas, pois só farei aqui referência a algumas, pode fazê-lo aqui .

Em 2013, os serviços secretos  britânicos, MI6, criaram a empresa  InCoStrat - Estratégias e Comunicação Inovadoras - que pretendeu ser uma plataforma da NATO na guerra contra a Síria.
Serviu para a encenação de grupos jihadistas. Desenhou-lhes os logotipos,  realizou vídeos a partir de telemóvel e folhetos para uma centena deles, criando a impressão de uma contestação popular larga contra a República Árabe Síria. Foi ela que criou a encenação  do Exército do Islão. A Arábia Saudita forneceu quatro veículos blindados, entregues a partir da Jordânia, cujas imagens foram repetidas para criar a imagem de uma coluna blindada. Uniformes produzidos em Espanha foram distribuídos aos jihadistas para a cerimónia de promoção dos oficiais. Tudo foi encenado e filmado por profissionais para dar a impressão de um exército organizado como as forças regulares e capaz de competir com o Exército Árabe da Síria. [14]. Criou-se, portanto, a  ideia que esta era uma guerra civil e generalizada, mas as imagens mostram apenas algumas centenas de figurantes, a maioria deles estrangeiros.
 
A InCoStrat acabou por trabalhar para os serviços secretos dos EUA, Inglaterra e Holanda. Tem escritórios em Washington e Istambul. Foi ela que organizou a campanha para convencer os europeus a receberem 1 milhão de refugiados. E que fez a fotografia do jovem Aylan Kurdi, afogado numa praia turca( numa versão inicial, depois retocada, além do homem que está a fazer o registo havia o de um outro de máquina fotográfica em riste. Não se conhecem imagens de apoio de emergência à criança, que, aliás estava numa posição que não é a da chegada de um náufrago a uma praia (de borco)  mas a InCoStrat conseguiu em dois dias difundi-las nos  grandes jornais de todos os países da NATO e do Conselho de Cooperação do Golfo.
 
Omram Daqneesh um de dois jovens, de 5 anos, foi fotografado e dele feito um vídeo numa ambulância, apresentada como vítima de um suposto bombardeamento russo em Aleppo oriental. A Rússia negou ter feito esse ataque. Mas ambos os suportes permitiram a sua difusão pela imprensa e televisão. A cena é tão dramática que a locutora da CNN, Kate Bolduan, não pôde deixar de chorar quando o viu. Quem esteve atento terá verificado que a criança é observada não por médicos ou enfermeiros que em situação emergência que administram os primeiros socorros, mas pelos "Capacetes Brancos" da Incostrat que o sentam de frente para quem está a captar a imagem...
Os encenadores britânicos não trataram da criança, apenas se interessaram por ela para fazer as imagens. De acordo com a Associated Press, a fotografia foi tirada por Mahmoud Raslan, que também é visto no vídeo. De acordo com a sua conta do Facebook,  é membro de Harakat al-Nour al-Din Zenki (apoiado pela CIA, que lhe forneceu mísseis antitanque BGM-71 TOW). Também de acordo com conta do Facebook, confirmada por um outro vídeo, foi ele que, em 19 de Julho de 2016, mandou executar uma criança jovem palestiniana, Abdullah Tayseer al-Issa, de 12 anos.

As leis europeias são rigorosas quanto à utilização das crianças na publicidade mas, pelos vistos, isso não se aplica aos cenários de guerra.

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