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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Vamos lá então virar a página!

A entrada em funcionamento do novo governo, com apoio maioritário na AR, é uma esperança aberta para os injustiçados dos 4 anos da coligação de direita.
Embora o conteúdo dos acordos entre os três partidos que o suportam ainda espere pelo tempo próprio para ser revelado, a existência de uma base programática entre partidos como os que os estão a concluir, inspira uma grande esperança.
Não se tratará, como se vai percebendo, de um governo com elementos dos três partidos. Nem de um acordo, que não tenha que ir sendo observado para consolidar a garantia dada à partida de um governo estável e duradouro.
A propósito da futura tomada de posse, da rejeição de um governo da coligação que os portugueses derrotaram nas urnas, caso seja indigitado Passos Coelho, para dar lugar a um governo do PS com apoio maioritário, a direita, incluindo algumas vetustas figuras, a quem não doeu a austeridade, e que receia perder alguma gamela, irá atirar-se ainda mais ao ar.
Irá atiçar ainda mais do que até aqui a violência verbal nas rádios, televisões e jornais, contra o que consideram um governo contranatura, perigoso, passível de quebras de disposições de investimento de terceiros, pondo a mexer diabos e magarefes, bruxos e almas penadas que foi buscar aos alçapões bafientos do anticomunismo salazarento. Se tivessem essas possibilidades recorreriam à Mocidade Portuguesa, à Legião, aos torcionários da PIDE. Mas já não têm.
Podem derramar insultos e esconjuros. E até puderam hoje "fechar" a venda da TAP que os partidos, então na oposição, disseram ir fazer reverter
A direita troglodita foi mais uma vez derrotada. Uma significativa maioria de eleitores deu a vitória aos partidos à sua esquerda. Uma Assembleia da República, com apoio maioritário de deputados à sua esquerda, vai parir um governo que se anuncia como de ruptura com a política da direita nestes anos.
Os portugueses mereceram este resultado que premiou a luta nos mais diferentes sectores contra a destruição da direita. Face às ameaças e provocações, terão da nossa parte a serenidade de uma grande firmeza. Vamos lá então virar a página.

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