"Nada existe sem uma razão"
Gottfried Wilhelm Leibniz
cientista e filósofo alemão,
1646-1716
Sobre outras questões poderemos reflectir noutra altura, mas a anunciada viragem à direita na Europa já não se verificou por duas vezes. Já tinha tremido quando, no final do ano passado, na Áustria, nas eleições presidenciais da Áustria, o anterior presidente dos Verdes, Van der Bellen, europeísta convicto, obteve, à segunda volta, 53,6% dos votos, contra os 46,4% do candidato da extrema-direita, Norbert Hofer.Preparam esse futuro de uma crise mais profunda onde a extrema-direita teria maiorias significativas por ter sabido aproveitar-se dos descontentamentos populares resultantes das políticas que esses mesmos grupos económicos e as instituições comunitárias que comandam levam a cabo. E a esquerda seria vítima de uma deslocação de votos para o centro. A extrema-direita teria o caminho facilitado se a esquerda não assumisse as diferenças que geram reais alternativas, rompendo com as políticas presentes e indo ao encontro das reivindicações populares.«Sobre outras questões poderemos reflectir noutra altura, mas a anunciada viragem à direita na Europa já não se verificou por duas vezes.»
Os partidos considerados do centro, no seu conjunto (PvdA, CDA, D66, CU, 50+) passaram de 70 para 52 deputados. Os de direita (VVD e UNL) passaram de 43 para 33. E os de extrema-direita (PVV e SGP) passaram de 18 para 20.«se quisermos falar de viragens, em vez da viragem à direita que nos andaram a vender (...), devemos falar, sim, de viragem à esquerda»
Como referimos atrás, a extrema-direita em vários países, para cumprir o papel que os grandes grupos económicos lhe destinam em futuras situações de profundas crises, que levem as populações a contestar abertamente o status quo e as suas instituições, terá que assumir alguns desses objectivos. Que o não fizesse é que seria de estranhar… Por isso, a comunicação social dominante passou a designar os seus líderes e partidos também como «populistas» e, para depreciar a esquerda, num golpe de grande desonestidade intelectual, a falar em populismos de «esquerda» e de «direita». Aos populistas de «direita» tratam carinhosamente com tendo saído do declínio dos partidos tradicionais e aos de «esquerda» como vivendo dos sonhos caídos com o muro de Berlim…«A questão da UE, de estar nela ou não estar, vive de receios e muito pouco debate público pluralista.»
![]() |
| 1969 Conselho Revolucionário, com Nimeiry na frente ao centro e el-Béshir, na frente à esquerda |
![]() |
| Porto Sudão - porto de contentores |
No Sudão do Sul, cerca de um milhão de
habitantes, dos doze milhões existentes à data do referendo, fugiram em Julho
do ano passado durante a guerra entre as forças do presidente Salva Kiir e as do
ex-vice-presidente Riek Machar, continuando ainda hoje a sangria iniciada em 2013,
com uma emigração interna de mais de um milhão de pessoas e a emigração de um
milhão de habitantes para seis países vizinhos. Ambas carecem de meios de apoio
e a aproximação da época das chuvas, dificultará a ajuda alimentar, médica e de
abrigo, que, já por si é escassa.
O país tem enormes
potencialidades económicas. Atravessado pelo Nilo, possui, além de potencial
agrícola, petróleo e recursos minerais (urânio, bauxite, cobre, diamantes,
ouro).