No que respeita às eleições legislativas
na Holanda, de 16 de
Março, o actual primeiro-ministro, Mark Rutte (VVD), tem sido um defensor
acérrimo das orientações da UE sendo penalizado com as consequências sociais
que isso acarretou mas também lhe são assacadas importantes promessas
eleitorais não cumpridas como o não alívio fiscal para os rendimentos mais baixos,
ou a melhoria da qualidade dos cuidados para os mais idosos.
A coligação de centro que actualmente domina as decisões
parlamentares é formada pelo Partido Popular pela Liberdade e pela Democracia
(VVD), partido liberal, de centro-direita, adepto da desregulação dos mercados,
que lidera a coligação de governo, e pelo Partido Trabalhista (PvdA), partido
político social-democrata que se reclama do centro-esquerda.
Outros partidos
holandeses são:
O Partido da Liberdade (PVV), partido de extrema-direita,
conhecido pelas suas posições anti-imigração e anti-UE, o Partido Socialista
(SP), o Partido Esquerda Verde (GL, Groen Links), formado em 1989 a partir da
fusão de quatro pequenos partidos políticos de esquerda (o Partido Comunista da
Holanda, o Partido Socialista Pacifista, o Partido Político dos Radicais e o
Partido Popular Evangélico), o Apelo Cristão-Democrático (CDA),
democrata-cristão, de direita, os Democratas 66 (D66), de centro, liberal e democrata,
radical, a União Cristã (UC, Christen Unie), de direita, cristão reformado, o
50PLUS, que se dedica aos direitos dos reformados e o Partido Político Reformado (SGP), de
extrema-direita, calvinista ortodoxo.
As sondagens publicadas na Holanda nos passados dia 5 e 12
deste mês, confirmam que o PVV, de Geert Wilders deverá ser o partido mais
votado nestas eleições legislativas com 30-32 lugares no Parlamento Twede
Kamer), de 150 lugares, duplicando a sua representação desde as últimas
eleições, em virtude de uma permanente exploração dos efeitos da crise
decorrente da integração na UE e da crise imigratória, assacadas ao governo e UE.
Atrás, com 23-24 lugares está o Partido Liberal (VVD, direita
liberal), do actual primeiro-ministro (antes com 41) e depois a Esquerda verde
com 17, que quadriplica a representação (antes com 4)
Seguem-se-lhes o D66 com 14, o SP 12, o PvdA 11 (antes 38), o
50Plus com 10 (antes com 2), o Christen Unie, UC, com 5 (mantem), o art vd Di ren
com 4 (antes 5) e o SGP mantem os 3 lugares.
A coligação actual terá de alargar-se a outros partidos para
formar governo já que, como se espera, o Partido da Liberdade (PVV) terá
dificuldade em formar governo com outros partidos.
Nas eleições de 2012 o PVV tinha descido bastante, depois de
provocar a queda do governo, mas tem vindo a capitalizar diversos
descontentamentos na Holanda, nomeadamente os que atrás referimos.
Há seis meses o jornal britânico The Independent referia declarações de Geert Wilders em que
afirmava querer banir todos os símbolos islâmicos, incluindo mesquitas, escolas
e centros de asilo islâmicos e o próprio Corão, enfim a “desislamização” total
do país.
E defendia também a saída da União Europeia, o corte de
despesas com ajuda externa e o crescimento de verbas a afectar à polícia e à
segurança. Um apoiante do Partido da Liberdade afirmava então a esse jornal “O
Islão está cheio de violência. Por que é que a comunicação social está a chamar
radical a Wilders? Ele está apenas a dizer a verdade. É uma loucura que os
políticos, com base nos direitos humanos, estejam a fazer crescer a islamização
na Europa. O islamismo é contra a democracia, contra os direitos humanos,
contra a livre escolha do pensamento. Não é segredo que a pena por deixar o
Islão é a morte. Mesmo os pais matam os seus filhos. A educação e assimilação
não vão funcionar em muçulmanos que se não querem tornar ocidentais. Isso já
fez prova de não funcionar com muitos muçulmanos que vivem há muito tempo em
França, Alemanha, Reino Unido, etc. Se a política de Merkel vencer, isso
contribuirá para a liquidação da civilização ocidental. Já hoje muitos Europeus
são mortos pelo Islão. Merkel é a líder mais idiota dos países ocidentais ao
longo dos últimos 70 anos”.
E como se não bastasse o Ministro do Interior, no início
deste mês, anunciou que os votos das eleições legislativas vão ser contados à
mão para prevenir a fraude eleitoral, numa altura em que há "indícios do
interesse da Rússia" no processo eleitoral (!!!). Medida não inocente que,
sem o dizer, insinua que o governo russo apoiaria Wilders…Campanha semelhante
está a acontecer já em relação às eleições da Alemanha…
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